A Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) reduziu drasticamente sua previsão de crescimento da demanda global desta commodity em 2020, sob o efeito associado à desaceleração econômica e à propagação da epidemia de coronavírus fora da China – aponta seu relatório mensal, publicado nesta quarta-feira (11).

Agora, a organização prevê um crescimento da demanda em 60.000 barris por dia (mbd), observando que “à luz dos últimos desenvolvimentos, os riscos de deterioração superam os indicadores positivos e sugerem novas revisões em baixa do crescimento da demanda”.

A previsão anterior era de um aumento de 990.000 barris por dia.

Atualmente, a demanda global de petróleo é estimada em 99,73 milhões de barris por dia, com o consumo aumentando no segundo semestre em comparação ao primeiro. Essas previsões pressupõem que a atividade global terá se normalizado no último trimestre.

“O impacto dos desenvolvimentos ligados à Covid-19 sobre uma situação econômica global já frágil é um desafio real e requer ação global coordenada por todos os participantes do mercado”, acrescentou a Opep em seu relatório.

Esse apelo da organização ocorre no momento em que o líder do cartel, a Arábia Saudita, iniciou uma guerra de preços depois que a Rússia – em tese, parceira da Opep – se recusou a reduzir sua produção para apoiar os preços.

Nesta quarta-feira, a companhia nacional saudita Saudi Aramco anunciou que planeja aumentar ainda mais sua capacidade de produção. E os Emirados Árabes Unidos disseram que estão prontos para fazer o mesmo.

“Essa provavelmente não é a melhor opção”, disse o ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, citado por agências de notícias russas.