Na letra fria da lei, a maioridade plena se dá aos 21 anos. No mundo corporativo nem sempre é preciso esperar tanto. Bastaram dez anos para que a Eccelera, fundo de investimentos de São Paulo, atingisse esse patamar. Ela estreou no mercado em 2000 lançando um fundo private equity no valor de R$ 30 milhões. Hoje, a Eccelera tem em caixa R$ 180 milhões. O avanço é fruto da parceria com a Standard Life, da Escócia, gestora de cerca de R$ 400 bilhões em ativos. É com a grana dos escoceses que a Eccelera está indo às compras. No início deste mês, adicionou mais dois prédios comerciais à sua lista, pelos quais pagou R$ 110 milhões. 

 

98.jpg

Zona de conforto: Mantesso Filho (à dir.) e Safadi, diretores da Eccelera, diante do

Bela Paulista, um dos edifícios comprados pela empresa

 

Agora, são três empreendimentos em áreas valorizadas de São Paulo: as avenidas Paulista e Luis Carlos Berrini e o bairro de Vila Olímpia. E a meta de Flávio Mantesso Filho, diretor de portfólio da Eccelera, é crescer ainda mais: “Temos recursos para fazer uma nova aquisição no Rio de Janeiro ou em São Paulo”, conta. 

 

Antes mesmo de “raspar o cofre”, ele já está negociando a montagem de novos fundos de  private equity com a Standard Life e outras instituições financeiras. “O segmento imobiliário está em expansão e é considerado atrativo pelos investidores estrangeiros”, destaca Marcelo Safadi, diretor financeiro da Eccelera. 

 

A empresa desenvolveu um profundo conhecimento do mercado imobiliário brasileiro. E também criou um modelo matemático capaz de indicar o perfil do prédio a ser adquirido, o montante a ser pago e quanto tempo ele deve ficar no fundo. “Nossa base de dados é alimentada diariamente por mil corretores”, conta Mantesso Filho. 

99.jpg

 

Antes de voltar ao mercado de locação, os edifícios comprados pela Eccelera passam por uma ampla reforma cujo foco é a modernização estrutural e a redução do custo operacional. Mais que embelezar “a noiva”, o objetivo é converter o empreendimento às exigências de potenciais clientes, como companhias multinacionais, que pagam R$ 93 pelo metro quadrado alugado no Rio e R$ 74 em São Paulo. 

 

Com os três edifícios, o fundo espera obter um retorno de cerca de 12% ao ano em aluguéis. Montante dentro da média do segmento. “O setor imobiliário paulista está em ritmo de retomada e deve se manter nessa trilha nos próximos anos”, opina Lilian Feng, gerente de pesquisas da Jones Lang LaSalle. É nisso que a Eccelera aposta.