Gerente de Vigilância à Saúde e Controle e Prevenção de Enfermidades da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Marcos Espinal enfatizou nesta terça-feira, 9, que a retomada econômica deve ser feita de maneira gradual, diante da pandemia de coronavírus, e apenas após análises do quadro em cada região. “Se você vai reabrir, é preciso primeiro fazer uma análise apropriada, colocar na mesma mesa a economia e a saúde das pessoas, mas também fazer isso em fases, porque se não haverá uma situação em que teremos pandemia por mais tempo e junho é um mês crucial”, afirmou ele, durante entrevista coletiva da entidade.

Espinal admitiu que muitas vezes “não pode ser imposto” o mesmo lockdown restrito feito na Europa em países da América Latina e do Caribe, em um quadro de recessão econômica e grande informalidade na economia na região. Nesse quadro, ele afirmou que “provavelmente levará mais tempo para garantir a desaceleração da pandemia e levará mais tempo para a pandemia atingir o platô e cair”, entre essas nações, disse, lembrando que a América Latina é “a região mais desigual do mundo”.

Diretor de Emergências de Saúde da Opas, Ciro Ugarte afirmou que, nas Américas, várias nações enfrentam uma “carência geral” de equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde e também de respiradores. Diante disso, ele lembrou do trabalho “prioritário” da Opas para facilitar o envio desses itens e comentou que, em uma semana ou mais, serão enviados suprimentos a vários países, citando entre os exemplos Bolívia, Cuba, Venezuela, Equador e Peru, entre outros.