A Organização Pan-americana da Saúde (Opas) anunciou nesta quarta-feira (29) ter fechado um acordo com a farmacêutica chinesa Sinovac para oferecer vacinas anticovid adicionais a seus países-membros e disse que espera fazer o mesmo com outras fabricantes em breve.

Carissa Etienne, diretora da Opas, escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse que o objetivo é facilitar o acesso dos estados a doses complementares às já recebidas por acordos bilaterais, doações e por meio do mecanismo Covax.

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“Chegamos a um acordo com a Sinovac e começamos a aceitar pedidos que estarão prontos para entrega este ano”, disse Etienne em coletiva de imprensa.

“E esperamos assinar novos acordos nos próximos dias para comprar vacinas que tenham aprovação da Lista de Uso de Emergência (da OMS) a outros provedores para 2021 e 2022”, acrescentou.

Até agora, a OMS deu luz verde a vacinas contra a covid-19 das empresas Moderna, Pfizer/BioNTech, Johnson & Johnson, AstraZeneca, Sinopharm e Sinovac.

O acordo alcançado com a Sinovac representa a entrega de 8,5 milhões de doses este ano e 80 milhões em 2022, informou o vice-diretor da Opas, Jarbas Barbosa.

Ele afirmou que a Opas já recebeu solicitações de 24 países da região para adquirir novas vacinas.

As negociações da Opas são realizadas por meio de seu fundo rotativo de imunizações, que permite comprar vacinas seguras a preços acessíveis em nome dos Estados.

Barbosa disse que esta iniciativa se enquadra nos esforços para ampliar o acesso a vacinas contra a covid na região, e que está aberto a todos os países que queiram participar.

Na região das Américas foram aplicadas mais de um bilhão de doses da vacina anticovid e 35% das pessoas contam com o esquema vacinal completo de imunização, segundo dados da Opas.

Mas Etienne advertiu que a cobertura não é uniforme.

“Enquanto Canadá, Chile, Uruguai e Porto Rico vacinaram completamente mais de 70% da sua população, dez países e territórios da nossa região ainda não chegaram a 20% da sua população”, disse.

“E no Haiti, menos de 1% das pessoas estão protegidas até agora”, acrescentou.