Uma equipe de investigadores da ONU começou a trabalhar no Iraque para reunir evidências sobre os massacres da minoria yazidi e outras atrocidades cometidas pelo grupo Estado Islâmico (EI), segundo uma carta da organização publicada nesta quinta-feira (23).

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse ao Conselho de Segurança na missiva, enviada em 17 de agosto, que os investigadores liderados pelo advogado britânico de direitos humanos Asad Ahmad Khan começariam a trabalhar no primeiro dia desta semana.

No ano passado, o conselho adotou por unanimidade uma resolução para a realização da investigação a fim de ajudar a levar os perpetradores dos crimes do EI à Justiça, uma causa defendida internacionalmente pela advogada de direitos humanos Amal Clooney.

A advogada britânico-libanesa representa as mulheres yazidis que foram pegas como reféns e usadas como escravas sexuais pelo EI em sua passagem pela região iraquiana de Sinjar, em agosto de 2014.

As Nações Unidas descreveram os massacres dos yazidis como um possível genocídio, e Clooney teve aparições de alto nível perante o órgão mundial para exigir ação.

Dezenas de milhares de yazidis fugiram do massacre de agosto de 2014 em Sinjar, e as investigações sobre direitos humanos da ONU documentaram terríveis denúncias de abuso sofridas por mulheres e meninas.

Guterres disse ao conselho que Khan, que foi nomeado em fevereiro, já realizou uma primeira missão no Iraque de 6 a 14 de agosto.

Os investigadores reunirão evidências sobre crimes de guerra, crimes contra a humanidade ou genocídio para seu uso nos tribunais iraquianos, que vão realizar julgamentos de militantes do EI, de acordo com a resolução.