O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, disse que a decisão anunciada na quinta-feira (1º) pelo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de manter a embaixada dos EUA em Tel Aviv, Israel, ao invés de transferi-la para Jerusalém, foi “sábia”. As informações são da Agência Xinhua.

A Casa Branca disse que Trump decidiu assinar uma renúncia de seis meses a uma lei norte-americana de 1995, exigindo que a embaixada fosse transferida de Tel Aviv para Jerusalém. Presidentes norte-americanos anteriores assinaram renúncias similares.

“Nós pensamos que a decisão de assinar a renúncia foi sábia”, disse o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric. “É claro que o status de Jerusalém é uma questão central que só pode ser resolvida com uma solução política negociada do conflito Israel-Palestina.”

“O secretário-geral espera que o ato possa contribuir para facilitar a retomada de um processo de paz genuíno”, acrescentou Dujarric.

Mover a embaixada teria complicado tais negociações, uma vez que tanto Israel quanto Palestina consideram Jerusalém sua capital.

Trump disse repetidamente, durante sua campanha presidencial, que ele mudaria a embaixada e um funcionário dos EUA disse que ele pretende eventualmente manter sua palavra.

Israel

Ontem, após tomar conhecimento da decisão, Israel disse que está “desapontado” com o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump. Em uma declaração oficial, o gabinete do primeiro-ministro israelense acusou Trump de quebrar sua promessa de campanha e, assim, afastar a paz.

De acordo com a declaração, manter embaixadas fora de Jerusalém, a cidade que Israel reivindica como sua capital, “distingue a paz porque contribui para o ressurgimento da ilusão palestina de que o povo judeu e seu estado não têm conexão com Jerusalém”.

“A embaixada americana, como todas as outras embaixadas, deveria estar em Jerusalém”, já que a cidade é a “capital eterna” de Israel, diz o comunicado.

Histórico

Israel tomou Jerusalém Oriental na guerra do Oriente Médio em 1967, juntamente com o resto da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. Mais tarde, anexou Jerusalém Oriental e declarou como parte de sua “capital eterna e indivisível”, um movimento que nunca foi reconhecido pela comunidade internacional.