Mísseis de cruzeiro e drones usados em quatro ataques ocorridos em 2019 na Arábia Saudita “são de origem iraniana” e com elementos exportados pelo Irã, ou produzidos naquele país – aponta um relatório do secretário-geral da ONU entregue ao Conselho de Segurança na quinta-feira (11).

Divulgado nesta sexta (12) para a AFP, este texto sobre a aplicação da resolução 2231 de 2015, que endossou o acordo nuclear das principais potências com Teerã, fornece uma análise detalhada dos restos de mísseis e drones usados em ataques a instalações petrolíferas sauditas em Afif (maio de 2019), Abqaiq e Khurays (setembro de 2019), assim como no Aeroporto Internacional de Abha (junho e agosto de 2019).

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“O secretariado estima que os mísseis de cruzeiro e/ou alguns de seus elementos usados nos quatro ataques são de origem iraniana”, indica o relatório de António Guterres.

Também observa que os drones, ou alguns de seus elementos usados nos dois atentados às instalações petrolíferas, “são de origem iraniana”.

Os ataques em setembro contra instalações da empresa saudita Aramco levaram a uma redução de 50% na produção de petróleo do país.

No final de setembro, França, Alemanha e Reino Unido se juntaram aos Estados Unidos e acusaram Teerã de ser “responsável” por esses ataques.

O Irã negou e, em seu relatório, Guterres menciona várias alegações da República Islâmica a esse respeito.

O documento também destaca que as armas apreendidas pelos Estados Unidos no Iêmen, provavelmente destinadas aos rebeldes huthis, em 25 de novembro de 2019 e em 9 de fevereiro de 2020, “são de origem iraniana”, ou têm características semelhantes às produzidas no Irã.

Algumas peças “podem ter sido transferidas de modo incompatível com a resolução 2231”, afirmou Guterres, observando que algumas são idênticas, ou semelhantes a outras encontradas nos ataques na Arábia Saudita em 2019.