A agência de aviação da ONU alertou nesta quarta-feira sobre possível fadiga de pilotos e as licenças expiradas, enquanto as companhias aéreas se preparam para voar novamente quando as restrições de viagem, impostas para conter a propagação do coronavírus, forem suspensas.

Este alerta da Organização Internacional de Aviação Civil (OACI) considera que, em particular, o fechamento geral de estabelecimentos, incluindo simuladores de voo e clínicas, levou a contratempos “significativos” para o treinamento de tripulações e controladores de tráfego aéreo e fez que muitos certificados médicos, licenças e outras aprovações fossem inviáveis.

A ICAO defende que as autoridades da aviação civil devem revisar os pedidos de isenção aos regulamentos “caso a caso” e incluir “uma avaliação dos riscos à segurança e propostas para mitigar riscos adicionais”.

Esta orientação da ICAO sobre os riscos decorrentes da pandemia está contida em um novo manual para as autoridades de transporte aéreo.

A pandemia forçou os aviões a ficarem em terra em todo o mundo à medida que as fronteiras e os aeroportos fecharam, e o setor de viagens tem tido dificuldades para lidar com os efeitos de recomendações para manter o distanciamento social em aviões geralmente estreitos.

À medida que “as restrições de viagem forem suspensas, haverá desafios para a indústria acelerar as operações e reiniciar a atividade”, afirma o manual. E, nesse sentido, destaca-se sobretudo o treinamento dos pilotos e o desgaste das tripulações.

As autoridades deveriam, assim, revisar os pedidos de isenção aos regulamentos “caso a caso” e incluir “uma avaliação dos riscos à segurança e propostas para mitigar riscos adicionais”. “Também podem ser concedidas isenções para todo o setor”, afirmou.

A agência observou que os destinos onde surgem os surtos podem não ter acomodação adequada para as tripulações descansarem entre os voos. “Como consequência, pode haver pressão sobre as limitações de tempo de trabalho e fadiga”, alertou.

Na semana passada, a ICAO emitiu uma projeção para este ano de 1,5 bilhão a menos de passageiros viajando, o que resultaria em uma perda de US$ 273 bilhões para o setor aéreo.