A OMS pediu nesta quarta-feira (4) uma moratória sobre as doses de reforço contra a covid-19, enquanto a China restringiu as viagens ao exterior para enfrentar o maior aumento de casos em meses.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), suspender a vacinação de reforço pelo menos até o final de setembro ajudaria a resolver a enorme desigualdade na distribuição das doses do imunizante entre países ricos e pobres.

O chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, indicou que esta medida contribuiria para avançar no sentido de que “pelo menos 10% da população de todos os países seja vacinada”.

Até o momento, a pandemia do coronavírus matou pelo menos 4,2 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo uma contagem feita nesta quarta-feira pela AFP a partir de fontes oficiais.

Os Estados Unidos são o país com o maior número de óbitos registrados, mais de 614.000, seguidos do Brasil (cerca de 558.400) e da Índia (425.700 óbitos).

– Restrições na China –

A China endureceu as restrições à mobilidade, suspendendo o transporte local e limitando as viagens ao exterior após registrar um aumento nos casos.

Os serviços de imigração irão interromper temporariamente a emissão de passaportes e outros documentos necessários para viajar ao exterior, “a menos que haja um motivo convincente”.

No entanto, as autoridades não proibiram totalmente as viagens ao exterior.

Liu Haitao, chefe do escritório de imigração, declarou em entrevista coletiva que “aqueles que têm uma necessidade real, estudam no exterior, tem motivos de trabalho e de negócios” poderão obter seus documentos para viajar.

Desde meados de julho, cerca de 500 casos de covid-19 foram registrados em todo o país.

– Primeiro surto nos Jogos Olímpicos-

Enquanto isso, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, foram registrados cinco casos de coronavírus na equipe grega de nado sincronizado, o que forçou o isolamento das doze pessoas do grupo.

A equipe teve que desistir de participar do restante dos Jogos e os sete membros que, por enquanto, testaram negativo, concordaram em se mudar para uma instalação criada para “casos de contato”, disse o porta-voz do Tokyo 2020, Masa Takaya, que ressaltou que este é o primeiro “surto” descoberto nos Jogos.

Até agora, a Tokyo 2020 detectou 322 casos de coronavírus, incluindo atletas, oficiais e profissionais de comunicação. A maioria dos casos foi registrada em residentes do Japão que trabalham nos Jogos.

– Argentina produzirá a segunda dose da Sputnik V –

Na América Latina, vários países que optaram pela vacina anticovid desenvolvida na Rússia, Sputnik V, reclamaram recentemente de atrasos na entrega da segunda dose.

Mas nesta quarta-feira, o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), que financiou o desenvolvimento do imunizante, garantiu que esses atrasos serão “solucionados” em agosto “graças ao aumento significativo da capacidade de produção de vacinas”.

Uma agravante destes atrasos é que a Sputnik V, ao contrário de outras vacinas, é composta por duas doses diferentes que não podem ser trocadas, de modo que a população que espera pela segunda dose está parcialmente imunizada.

A Guatemala, por exemplo, cancelou a compra de 8 milhões de doses da vacina russa que sofreram atrasos na entrega, e a Argentina ameaçou quebrar o contrato.

Ainda sobre a Argentina, a Rússia anunciou na terça-feira que mais de três milhões de doses do segundo componente da vacina Sputnik V serão produzidas no país em agosto, no laboratório Richmond.

O soro russo foi validado em 69 países, mas ainda não recebeu o endosso da OMS.

– Aumento de casos no Irã e Indonésia –

Os contágios estão aumentando de forma exponencial no Irã. O país ultrapassou os 4 milhões de casos nesta quarta-feira e nas últimas 24 horas bateu recorde de infecções pelo terceiro dia consecutivo, com 39.537 casos, segundo o Ministério da Saúde.

Números que podem estar subestimados, segundo as próprias autoridades.

Na segunda-feira, o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, ordenou que “medidas necessárias” fossem tomadas para conter o que o governo diz que seria a “quinta onda” do coronavírus na República Islâmica.

A variante delta também está se espalhando rapidamente por dezenas de regiões da Indonésia, que ultrapassou 100.000 mortes por covid-19 nesta quarta-feira.

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