A Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou preocupação nesta segunda-feira, 22, com a alta porcentagem de resultados positivos nos testes de covid-19 no Brasil – na casa dos 31%, de acordo com o boletim epidemiológico mais recente. Segundo a entidade, o número elevado indica baixa testagem e uma provável subnotificação de casos, uma vez que a taxa média de positivos, em outros países, costuma ser de 17%.

“Precisamos entender como quase um terço dos testes dá positivo. Provavelmente, há uma subestimação do número verdadeiro de casos. A taxa em países com testagem em massa chega até a 5%, e essa tendência não é um resultado de realizar vários testes”, esclareceu Michael Ryan, diretor do programa de emergências da OMS.

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Na semana passada, Ryan afirmou que havia uma “estabilização” da doença no País. Questionado nesta segunda-feira sobre a declaração, ele justificou que os números de casos apresentaram um padrão durante as semanas de junho. O diretor, porém, chamou a atenção para os dados divulgados pelo Ministério da Saúde na sexta-feira, quando houve recorde absoluto na atualização oficial diária, de 54.771 novos infectados – resultado de uma subnotificação anterior na plataforma.

A diretora técnica da OMS, Maria Van Kerkhove, acrescentou que é necessário reduzir a análise das estatísticas ao menor indicador possível. Segundo ela, é importante identificar as variações no comportamento do vírus em cada local, pois ele não se dissemina de forma equivalente ao redor de cada país. “Pode haver diferenças em intensidade e em transmissão na comparação entre Estados. É importante ir ainda mais a fundo.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.