A Organização Mundial da Saúde (OMS) contabiliza mais de mil casos confirmados de varíola dos macacos em 29 países onde a doença não é endêmica. Em coletiva de imprensa, o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta quarta-feira que a enfermidade têm sido registrada principalmente, mas não apenas, em homens que mantêm relações sexuais com outros homens.

Tedros Adhanom explicou que o repentino surgimento de casos sugere que o vírus já circulava por algum tempo. “É um reflexo infeliz do mundo em que vivemos que a comunidade internacional só agora esteja prestando atenção à varíola do macaco porque ela apareceu em países de alta renda”, criticou.

Segundo ele, há o perigo real de que o patógeno continue aparecendo. “A OMS está particularmente preocupada com os riscos deste vírus para grupos vulneráveis, incluindo crianças e mulheres grávidas”, disse.

O diretor-geral acrescentou que a organização não recomenda a vacinação em massa contra a varíola dos macacos. “Nos poucos lugares onde as vacinas estão disponíveis, elas estão sendo usadas para proteger aqueles que podem estar expostos, como trabalhadores de saúde e pessoal de laboratório”, explicou.

Brasil tem oito casos suspeitos de varíola dos macacos

Tedros Adhanom orientou que as pessoas diagnosticadas com a doença se isolem e procurem profissionais de saúde. De acordo com ele, já há antivirais disponíveis, mas a oferta é limitada.

Coronavírus

Tedros Adhanom também disse nesta quarta que os números de casos e mortes por covid-19 seguem em queda, mas alertou que a crise sanitária provocada pela doença ainda está em curso. “A percepção de que pandemia acabou é compreensível, mas enganosa”, disse, durante a coletiva de imprensa.

O diretor-geral da OMS chamou atenção para as disparidades no acesso global a vacinas contra o vírus. Segundo ele, o problema não é de falta de oferta, mas sim de demanda reduzida em alguns países. “68 países ainda não atingiram meta de vacinar 40% da população”, pontuou.