Os cientistas reuniram dados sólidos que confirmam a existência de uma variante híbrida do SARS-CoV-2 que combina as estirpes Delta e Ômicron. Os virologistas do L’Institut Pasteur, em Paris, submeteram nesta terça-feira os dados da sequência genômica completa da ‘Deltacron’ à base de dados internacional da Covid-19, a GISAID. Isto significa que a ‘Deltacron’ foi oficialmente confirmada como uma variante.

Um caso da ‘Deltacron’ foi detectado em Soissons, no norte de França, e há suspeitas de casos desta estirpe na Dinamarca e nos Países Baixos.

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A perspectiva de uma variante que combine duas das mais contagiosas estirpes do coronavírus pode parecer preocupante, no entanto, os cientistas dizem que não há motivos para alerta. Há imunidade suficiente contra as duas variantes nesta altura, motivo pelo qual a ‘Deltacron’ não deve representar uma ameaça para a efetividade das vacinas.

Além disso, o caso de ‘Deltacron’ detectado em Soissons data de janeiro. Se esta fosse uma variante altamente transmissível já se teria propagado de forma exponencial, o que não aconteceu.

Fontes da Agência para a Segurança da Saúde do Reino Unido, citadas pelo site iNews, indicam que esta variante híbrida não está ligada ao aumento de casos e de hospitalizações registados no Reino Unido na semana passada.

Maria van Kerkhove, a responsável pela gestão da Covid-19 da Organização Mundial da Saúde (OMS), já falou através do Twitter que a combinação de variantes era algo que se “esperava, especialmente face à intensa circulação da Ômicron e da Delta” e destacou que a sua equipe está “monitorando e debatendo” a ‘Deltacron’.