O avanço da variante Ômicron está atingindo vários setores da economia. Nesta sexta-feira (25), a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) divulgou a sondagem de conjuntura da indústria eletroeletrônica realizada em janeiro, que mostra que os resultados verificados neste primeiro mês do ano foram afetados pelo aumento de casos de afastamentos simultâneos de funcionários devido ao rápido avanço da variante Ômicron neste período.

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Conforme esse levantamento, 46% das empresas pesquisadas informaram que a produção foi prejudicada em janeiro devido a este motivo. Ainda referente a essa questão, 25% das entrevistadas informaram que a produção não foi afetada mesmo com o grande número de afastamentos neste período.

E os outros 29% relataram que não ocorreram muitos casos de afastamentos em suas empresas devido ao avanço da Ômicron.

Mesmo assim, 55% das empresas indicaram crescimento nas vendas/encomendas no mês de janeiro de 2022 em relação ao igual período de 2021. Este percentual ficou muito próximo ao observado na pesquisa realizada em dezembro de 2021, quando 56% das empresas aumentaram suas vendas/encomendas em relação a dezembro de 2020.

Ao comparar com o mês imediatamente anterior, 45% das entrevistadas indicaram crescimento das vendas. Neste caso, o percentual foi bem maior do que os 24% verificados na pesquisa anterior.

Porém, foi desfavorável nessa sondagem, a elevação de 26% para 36% no total de entrevistados que registraram negócios abaixo do esperado. Mas mesmo assim, a maior parte das empresas, ou seja, 64% do total, apontaram negócios conforme (46%) ou acima (18%) das expectativas.

Essa pesquisa mostrou melhora no nível de emprego com 14% das pesquisadas indicando aumento nos seus quadros de funcionários. Este percentual foi superior aos 11% observados na sondagem anterior.

Ainda no que se refere ao nível de emprego, a maior parte das entrevistadas, ou seja, 76% indicaram estabilidade.

A utilização da capacidade instalada recuou em 2 pontos percentuais, diminuindo de 79% em dezembro de 2021 para 77% em janeiro de 2022.

No comércio internacional, notou-se redução de 47% para 37% nas indicações de aumento das exportações comparadas com igual período de 2021. Mas mesmo assim, este percentual ficou bem acima do número de empresas que citaram queda (24%).

Nesta última pesquisa, 60% das empresas indicaram normalidade nos estoques de componentes e matérias-primas, percentual superior aos 52% observados na sondagem anterior. No caso dos produtos acabados, 51% deram essa indicação.

No que se refere a financiamentos para capital de giro, observou-se aumento de 23% para 31% no total de empresas que citaram dificuldades na obtenção desses recursos. Vale ressaltar que a maior parte das empresas, ou seja, 65% não utilizam esses instrumentos.

Também foi observado que 58% das pesquisadas relataram pressões em alguns custos, tais como de energia, água, impostos, entre outros. Este resultado ficou abaixo do observado na pesquisa anterior (61%). Mesmo com essa redução, este percentual continuou bastante superior aos 38% observados em dezembro de 2020. Vale lembrar que este número aumenta desde maio de 2021.