Os Estados Unidos decidiram fechar o escritório de representação palestina em Washington, uma nova medida de retaliação contra uma direção que se recusa a dialogar com a Casa Branca.

O governo dos Estados Unidos informou à direção palestina sua decisão, conforme anunciou o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) Saeb Erekat.

Ele denunciou uma “escalada perigosa” nas medidas de retaliação americanas.

A decisão é a mais recente de uma série de medidas adotadas pelo governo do presidente Donald Trump contra a direção palestina, que por sua vez congelou as relações comas autoridades americanas desde que Washington reconheceu unilateralmente, em dezembro de 2017, Jerusalém como capital de Israel.

“Um alto funcionário americano nos notificou sobre a decisão de fechar a missão palestina nos Estados Unidos”, afirmou Erekat, número dois da OLP.

“É uma nova demonstração da política de castigo coletivo praticada pela administração Trump contra o povo palestino, do qual já cortou a ajuda financeira para serviços humanitários, incluindo nos sectores de saúde e educação”, completou Erekat.

“Esta perigosa escalada mostra que os Estados Unidos buscam desmantelar o sistema internacional para encobrir os crimes israelenses”, disse.

A OLP do presidente palestino Mahmud Abbas é considerada pela comunidade internacional como o organismo que representa o povo palestino e controla a Autoridade Palestina.

A decisão de Washington se une ao cancelamento da ajuda bilateral de 200 milhões de dólares, o corte de fundos para a agência da ONU que ajuda milhões de refugiados palestinos e a supressão da contribuição de 25 milhões de dólares para hospitais Palestinos da Jerusalém Oriental.

A Casa Branca está tentando forçar os palestinos a retornarem à mesa de negociações de paz, que estão congeladas desde abril de 2014.

Ao contrário das medidas anteriores, neste caso, Washington justificou o fechamento da representação da OLP pelos esforços palestinos para levar os líderes israelenses à justiça internacional por “crimes de guerra”, explicou Hossam Zomlot, representante palestino na capital americana.

Os palestinos apresentaram ao Tribunal Penal Internacional, desde a sua adesão em 2015, vários processos sobre crimes cometidos por eles por líderes israelenses, em particular durante a guerra de Gaza em 2014, ou aqueles ligados à colonização – como o deslocamento forçado da população.

O presidente palestino, Mahmud Abbas, congelou todas as relações com o governo de Donald Trump desde o reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel em dezembro de 2017.