Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) – Oito jogadores da seleção de futebol da Venezuela testaram positivo para Covid-19, informou o Ministério da Saúde neste sábado, véspera da estreia da equipe venezuelana na Copa América contra o Brasil, no estádio Mané Garrincha, em Brasília.

Além deles, de três a cinco membros da comissão técnica da equipe venezuelana também estariam com o coronavírus, .

De acordo com a Federação Venezuelana de Futebol (FVF), foram 11 resultados positivos na delegação, sendo oito jogadores. Já a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) disse que são 13 positivos no total, sem mencionar quantos seriam atletas, e o Ministério da Saúde mencionou 12 casos, sendo oito jogadores e quatro membros da comissão.

“Eles (infectados) estão isolados no hotel, bem como os que tiveram contato com esses integrantes da comissão técnica e os jogadores da equipe da Venezuela”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em entrevista coletiva.

Mais cedo, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, a primeira a informar 12 infectados na equipe venezuelana, disse que os integrantes da delegação que testaram positivo estão assintomáticos e isolados em quartos de hotel individuais.

Venezuela e Brasil, atual campeão do torneio, farão a partida de abertura da Copa América no domingo.

O chefe da comissão médica da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Jorge Pagura, disse que a Conmebol mudou as regras do torneio após os casos na seleção da Venezuela para permitir a convocação de outros atletas, que poderão entrar no Brasil após testarem negativo em um exame RT-PCR para Covid.

A FVF informou que convocará mais 16 jogadores para se juntarem à equipe que disputará a Copa América no Brasil.

Pagura disse ainda que recebeu a informação de que também houve testes positivos na delegação da Bolívia, mas afirmou que eles ocorreram em testes de antígeno e que os organizadores da competição consideram válidos apenas os testes do tipo RT-PCR –que ele chamou de “padrão-ouro”. Ele disse que ainda aguarda os resultados dos exames RT-PCR feitos com a equipe boliviana.

“Da Bolívia nós só trabalhamos com os nossos testes, dos nossos laboratórios credenciados, o RT-PCR, e fazemos a comunicação quando chegam os dados oficiais. Não aceitamos testes paralelos ou de antígeno, só vale aquilo que a comissão determinou, de acordo com o que acertamos com o Ministério da Saúde”, afirmou Pagura.

“Essa notícia que realmente chegou é em relação ao antígeno, mas na hora que a gente tiver o resultado do RT-PCR, que é o padrão-ouro, aí sim a gente divulga oficialmente”, acrescentou.

Torneio mais antigo do futebol entre seleções, a Copa América, que terá a participação de 10 selecionados sul-americanos, foi transferida para o Brasil nas últimas semanas, após a Colômbia desistir de sediá-lo por causa de tensões sociais e de a Argentina, que cosediaria a competição com os colombianos, anunciar que não a abrigaria por causa da Covid-19.

O Brasil decidiu ser o anfitrião do torneio, apesar da pandemia, que já matou mais de 484 mil pessoas no país, que tem o segundo maior número de mortes causadas pela doença no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Na sexta-feira o país registrou 2.216 mortes por Covid-19.

A Copa América será realizada até 10 de julho.

(Reportagem adicional de Andrew Downie)

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