Com o plano de recuperação judicial aprovado, a Oi inicia uma nova etapa de sua reestruturação. Enquanto espera a liberação de R$ 4 bilhões em investimentos, que devem vir até dezembro, a empresa anunciou hoje o lançamento de novos produtos digitais.

Após o aporte, possível graças a um aumento de capital, a Oi passaria dos atuais R$ 5,5 bilhões anuais em investimento para R$ 7 bilhões em cada um dos três anos seguintes. É a esperança de reverter o cenário da empresa com a maior dívida da história da América Latina: mais de R$ 50 bilhões, incluindo credores e débitos em multas.

Além do dinheiro, o plano também inclui uma correção na oferta de serviços. Nesta terça-feira, 17, a empresa apresentou a Oi TV e novos produtos de telefonia móvel em um evento realizado em Campinas, no interior de São Paulo. “Estamos colocando a Oi em um novo patamar no mercado. Uma nova Oi está surgindo”, afirma o presidente da Oi, Eurico Teles.

A Oi afirmou ter reduzido seu custo de operação em R$ 1,5 bilhão no ano passado. Os executivos da companhia afirmam que as iniciativas de digitalização contribuíram para esse resultado. “Isso mostra que a companhia está comprometida em promover a retomada da receita ao mesmo tempo em que melhora a experiência do cliente. Em 2018, a Oi continuará investindo em melhoria da qualidade, com expansão da rede de 4G e digitalização”, avalia Bernardo Winik, diretor Comercial da Oi.

Recuperação judicial

Em novembro de 2017, o Conselho de Administração da Oi aprovou o plano de recuperação judicial. A companhia possuía dívida de cerca de R$ 45 bilhões com credores, além de débitos em aberto de quase R$ 10 bilhões com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

O plano convertia a dívida em até 75% do capital da companhia, além de prever uma capitalização por parte dos sócios e credores. A capitalização foi composta R$ 3,5 bilhões, podendo chegar ao limite máximo no valor R$ 5,5 bilhões, a ser subscrito pelos credores, e R$ 2,5 bilhões subscritos por acionistas. Além disso, foi prevista a emissão de debêntures conversíveis em ações no valor de R$ 3 bilhões.

Em 2017, a companhia teve receitas da ordem de R$ 24 bilhões e registrou um prejuízo de R$ 6 bilhões. “Superamos a fase de reestruturação da dívida e iniciamos em 2018 um processo de reestruturação do negócio”, diz o presidente Teles.