A Oi é mais conhecida por sua atuação no segmento de telefonia celular. E não poderia ser diferente. Afinal, essa divisão da companhia conta com 37,2 milhões de clientes, espalhados de norte a sul do País e responde por uma parte expressiva das receitas de R$ 45,7 bilhões (telefonia móvel e fixa). 

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“O objetivo é gerar mais receita com a infraestrutura já existente”
Pedro Ripper, diretor de tecnologia e estratégia da OI

Para continuar crescendo, a operadora também vem diversificando suas plataformas de mídia. Sob o guarda-chuva da operadora estão dez estações de rádio, uma emissora de tevê por assinatura e até um selo musical, o Oi Música. Isso não significa, no entanto, que a Oi esteja vivendo uma espécie de crise de identidade. Muito pelo contrário. Essas divisões estão alinhadas dentro de sua estratégia de crescimento. Mais que um dos pilares de seu modelo de negócio, a Oi pretende antecipar o que será o futuro do setor: a convergência entre todas as mídias. Com isso, ela espera aumentar o número de clientes e aumentar o faturamento sobre a base existente. 

 

É que, apesar dos bilhões que circulam pelo setor, o faturamento médio por cliente do segmento celular, conhecido pela sigla Arpu, é de módicos R$ 22,70, de acordo com a consultoria Teleco. E cada centavo adicionado nessa conta pode representar milhões para as companhias no final do ano. 

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230 mil downloads: a banda de rock Sobrado 112, do Rio, tem os

arquivos de música preferidos pelos clientes da Oi    

 

“Nosso objetivo é ampliar a possibilidade de ganho em cima da infraestrutura já existente”, conta Pedro Ripper, diretor de tecnologia e estratégia da Oi. No trimestre encerrado em junho, o Arpu da companhia foi de R$ 22,40, número que representa aumento de 6,7% em relação a igual período de 2009. Inferior ainda ao da líder Vivo: R$ 25. 

 

A mais nova aposta da operadora na área da multimídia é a Oi TV, transmitida via satélite pelo sistema Direct to Home (DTH). Em seis meses, a empresa conquistou 200 mil clientes. Os demais 65 mil foram herdados da antiga Way TV, cuja concessão se limitava à Grande Belo Horizonte (MG). 

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Neófita no ramo, a Oi TV já conta com uma fatia de 3,1% do segmento. Mas o crescimento exponencial envolve riscos. “Eles começaram com muito apetite, mas tiveram de reduzir o ritmo de expansão por conta da inadimplência”, pontua Valder Nogueira, analista de telecomunicações do Banco Santander. Ripper, diretor da Oi, confirma o problema. 

 

Alega, entretanto, que isso faz parte do processo de aprendizado. A meta da operadora é levar o serviço para todo o País até o final de 2010. Os números do balanço encerrado em 30 de junho mostram a importância da convergência. No item do balanço Receita com Outros Serviços, no qual a Oi TV está inserida, cresceu 34,8% nos últimos 12 meses para R$ 89 milhões. Para deslanchar, no entanto, será preciso entrar em praças importantes como São Paulo, o maior mercado consumidor do País.

 

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Ao abrir espaço em sua rádio para músicos iniciantes, o objetivo da Oi é ampliar o tráfego de dados na rede de telefonia e em seu portal de internet. Isso se traduz em dividendos concretos com a venda de downloads de música e de toques de celular. 

 

Uma das campeãs é a banda carioca Sobrado 112, que emplacou 230 mil downloads em um ano. Estratégia semelhante está sendo utilizada no caso da tevê. Para criar “burburinho” em torno desse serviço, a direção da Oi lançou um concurso para produtoras desenvolverem conteúdo que possa ser usado simultaneamente em tevê, celular e internet. Essa empreitada ela já consumiu cerca de R$ 2 milhões.