A nova versão do plano de recuperação judicial da Oi, apresentado na noite da terça-feira 12, propõe que os credores troquem a dívida, estimada em R$ 65 bilhões, por 75% de participação no capital. Os controladores atuais ficariam com os 25% restantes e passariam a ser minoritários. Os principais credores são fundos internacionais de dívida, também chamados bondholders, que possuem R$ 22 bilhões a receber. Pelo acordo, eles terão de injetar R$ 4 bilhões em dinheiro novo na empresa. A proposta será analisada em uma assembleia de credores, marcada para a terça-feira, 19 de dezembro. Segundo Frederico Mendes, do Bradesco BBI, se aprovada, a conversão de dívida em ações vai beneficiar a Oi, maior operadora de telefonia fixa do País. “O caixa será reforçado e a operação deixará de sofrer os efeitos desse processo de recuperação judicial”, diz ele. Embora positiva para a empresa, a proposta não agradou os investidores. O empresário Nelson Tanure, dono de 6,5% das ações, acionou na quinta-feira 14 a Justiça para pedir o adiamento da assembleia. Na quarta-feira 13, as ações fecharam com queda de 22,9%.

Educação

Fies perde relevância na receita da Kroton

João Castellano

A Kroton, maior empresa de educação do País, avalia que o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) perdeu relevância no resultado final por conta da queda no número de vagas ofertadas, disse na segunda-feira 11 o presidente da companhia, Rodrigo Galindo. A estimativa do executivo é que, em 2018, o Fies responda por cerca de 1% da receita total, que até setembro deste ano somava R$ 1,3 bilhão. Em 2015, o programa representava 60% da receita. No ano, as ações sobem 34,8%.

Consumo

Fitch eleva nota da Iguatemi

A empresa de classificação de risco Fitch elevou, na terça-feira 12, a nota da administradora de shopping centers Iguatemi. A nota subiu de AA+ para AAA, como reflexo de resultados operacionais sólidos e da estrutura conservadora de capital da companhia. A Iguatemi “deve se beneficiar de um ambiente de negócios mais favorável em 2018”, informou a Fitch. As ações, que foram incluídas na primeira prévia da nova carteira teórica do Índice Bovespa, sobem 48% em 2017.

Destaque no pregão 

MRV vai investir R$ 50 bilhões até 2028

Divulgação

A construtora MRV pretende investir R$ 50 bilhões nos próximos 10 anos, o dobro do valor aplicado durante a última década pela companhia mineira. Durante um encontro com analistas na terça-feira 12, o presidente da companhia, Rafael Menin, ressaltou que a meta é lançar 50 mil unidades no ano que vem, o que pode gerar R$ 7,5 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV). Historicamente focada no segmento popular, a MRV planeja expandir o portfólio em 2018 com lançamentos voltados também para a média e a alta renda.

Palavra do analista:

Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos, recomenda a compra do papel, com preço-alvo de R$ 17 em 12 meses. Na quinta-feira 14, a ação estava cotada a R$ 13,84. Ele acredita que as projeções da empresa devem ser alcançadas, e destaca a proposta de diversificação de portfólio como um ponto positivo.

Fusão

B3 ganha R$ 100 milhões com sinergia

Divulgação

A B3, empresa resultante da fusão entre BM&FBovespa e Cetip, presidida por Gilson Finkelsztain, anunciou, na quarta-feira 13, que os ganhos de sinergia serão de R$ 100 milhões entre 2018 e 2020. O processo será finalizado no dia 26 de março de 2018, quando as ações passarão a ser negociadas sob o código B3SA3, em substituição a BVMF3. No ano, as ações sobem 34,4%.

Touro x urso

Os investidores operaram com cautela durante toda a semana em meio à expectativa pelo adiamento da votação da reforma da Previdência, fato que foi confirmado pelo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, na quinta-feira, 14. A agência de classificação de risco Fitch informou que, sem a reforma, a nota de crédito do País pode voltar a cair. Até quinta-feira, o Ibovespa acumulava queda de 0,42% na semana, aos 72.400 pontos. No ano, o índice sobe 20,6%.

Mercado em números

R$ 1 bilhão
Foi o valor movimentado com a oferta subsequente de ações da companhia de saneamento paranaense, realizada pelo Estado do Paraná e pela elétrica estadual Copel

Celesc
R$ 463 milhões
É o orçamento para investimentos da empresa catarinense de energia, em 2018. O montante será utilizado especialmente para modernizar o sistema de distribuição

Br properties
R$ 250 milhões
É o valor que a incorporadora pretende captar por meio da emissão de debêntures simples, com prazo de quatro anos, no dia 20 de dezembro. A emissão visa reforçar o caixa

São martinho
R$ 100 milhões
É o montante que a produtora de etanol prevê economizar por safra com a implementação de novas tecnologias, que serão incorporadas na produção até 2021

Magazine luiza
R$ 75 milhões
É o valor que a varejista vai pagar em juros sobre o capital próprio. O provento corresponde a R$ 0,3964 por ação