Por Pavel Polityuk

KIEV (Reuters) – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não pretende falar com o presidente russo, Vladimir Putin, no momento, disse a Casa Branca nesta sexta-feira, um dia depois de Biden dizer que está disposto a conversar caso Putin esteja procurando uma maneira de acabar com a guerra.

Falando após uma reunião na Casa Branca na quinta-feira com o presidente francês, Emmanuel Macron, Biden disse que estava pronto para conversar com Putin “se de fato houver interesse dele em decidir que está procurando uma maneira de acabar com a guerra”, acrescentando que o líder russo “ainda não fez isso”.

O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, questionado sobre os comentários de Biden, disse a repórteres que as condições para tais discussões não estão na mesa.

“Não estamos em um ponto agora em que as negociações parecem ser um caminho frutífero para abordar no momento”, disse ele.

Mais cedo, o Kremlin respondeu à aparente abertura de Biden, dizendo que o Ocidente tem de reconhecer o que Moscou chama de “novos territórios” da Rússia antes de qualquer conversa com Putin.

“O presidente da Federação Russa sempre foi, é e permanece aberto a negociações a fim de garantir nossos interesses”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres.

Kirby disse que apenas a Ucrânia pode determinar se e quando pode haver um acordo. Kiev diz que as negociações de paz só são possíveis se a Rússia parar de atacar e se retirar.

A Rússia disse anteriormente que está aberta a negociações de paz. A Ucrânia e seus aliados temem que qualquer cessar-fogo sem uma retirada total permitiria que as forças russas se reagrupassem em preparação a novos ataques.

Peskov disse que a Rússia não irá se retirar da Ucrânia.

Biden não tem conversado diretamente com Putin desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro. Em março, ele classificou Putin como um “carniceiro” que “não pode permanecer no poder”. No entanto, Biden tem sinalizado nas últimas semanas que Washington gostaria de atrair Putin para uma saída diplomática, após meses de perdas no campo de batalha.

(Reportagem adicional de Steve Holland em Washington e de outras redações da Reuters)

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