As forças das autoridades líbias paralelas, sob o comando do polêmico marechal Khalifa Haftar, anunciaram nesta segunda-feira uma ofensiva contra os últimos redutos dos jihadistas em Benghazi, a segunda maior cidade do país.

O Exército Nacional Líbio (ANL) avançou pelo bairro central de Al-Sabri e a zona de Soug al-Hout, próxima ao porto Benghazi, onde os grupos jihadistas estão isolados, afirmou o oficial Riadh Chehibi.

Também explicou que as forças recuperaram algumas posições e citou o “colapso do inimigo”.

“Em nossas fileiras não lamentamos nenhuma vítima”, completou.

Vídeos e fotografias publicados nas redes sociais mostram tanques, veículos blindados e ambulâncias que seguem para estes bairros.

Muitos jihadistas buscaram refúgio em Al-Sabri e Soug al-Hout depois que foram perseguidos em março ao oeste da cidade.

Em abril, as autoridades militares de Benghazi solicitaram aos civis que moram perto destas áreas que abandonassem suas residências para evitar os ataques.

Desde 2014, o ANL trava uma guerra sem trégua com os grupos jihadistas, incluindo o Conselho da Shura dos Revolucionários de Benghazi, uma coalizão de milícias islamitas a qual pertencem os supostos membros do grupo Estado Islâmico (EI) e da Ansar Al-Sharia, um grupo ligado à Al-Qaeda.

Grande inimigo dos islamitas, Khalifa Haftar conseguiu reconquistar grande parte de Benghazi, que fica 1.000 km ao leste de Trípoli. O berço da revolução líbia caiu nas mãos dos jihadistas em 2014.

Um vídeo que circulou nesta segunda-feira nas redeis sociais mostra um oficial das forças pró-Haftar executando à queima-roupa um homem apresentado como um suposto membro do EI de nacionalidade argelina. Nas imagens é possível observar quando o oficial atira contra a cabeça do prisioneiro que está de joelhos, con as mãos sobre a cabeça.

Em março, a organização Human Rights Watch (HRW) mencionou graves violações dos direitos humanos e “crimes de guerra” cometidos em Benghazi pelas forças sob comando do marechal Haftar.

Depois que o comando do ANL negou em várias ocasiões, um alto funcionário das forças especiais de Benghazi, Wanis Bujamada, denunciou os atos e prometeu continuar a punir os responsáveis.