Trinta e nove rebeldes e soldados morreram nesta quinta-feira em violentos combates perto de Hodeida, no segundo dia de uma ofensiva das milícias pró-governamentais iemenitas, apoiadas por uma coalizão liderada pela Arábia Saudita, para reconquistar a cidade, controlada pelos rebeldes huthis.

Segundo fontes militares e médicas, 30 insurgentes e nove membros das forças pró-governamentais perderam a vida nos combates, que são travados a alguns quilômetros do aeroporto de Hodeida.

O Reino Unido solicitou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, que acontecerá nesta quinta-feira.

O porto, situado no Mar Vermelho, é estratégico nessa guerra iniciada há mais de três anos. É o ponto de entrada de boa parte das importações e ajuda humanitária do país.

Apesar dos bombardeios, o porto continua aberto, segundo a administração.

“A libertação de Hodeida é vital dada a ameaça crescente que as milícias huthis, apoiadas pelo Irã, sobre a segurança marítima no mar Vermelho, por onde passa 15% do comércio internacional”, argumentou no Twitter o embaixador saudita em Washington, Jaled bin Salman, um dos filhos do rei saudita.

Os Emirados Árabes Unidos, que fornecem um apoio fundamental para as milícias iemenitas que combatem os rebeldes, haviam dado um prazo até a noite de terça-feira à ONU para encontrar uma solução e obrigar os huthis a deixarem Hodeida sem resistência.

A Anistia Internacional advertiu que a operação militar ameaça os civis, e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha garantiu que a ofensiva vai degradar ainda mais a situação humanitária no país.

A cidade tem 600.000 habitantes, a metade deles crianças, segundo a Unicef.

As forças que combatem os rebeldes não registraram nenhuma grande vitória militar desde que tomaram cinco províncias do sul e Aden em 2015 graças à intervenção de uma coalizão liderada pela Arábia Saudita.

Originários do norte do país e apoiados pelo Irã, os rebeldes huthis continuam controlando a capital do Iêmen, Sanaa.

Desde 2015, a guerra no Iêmen deixou cerca de 10.000 mortos e mais de 55.000 feridos e provocou “a pior crise humanitária do mundo”, segundo a ONU.