A construtora Odebrecht, envolvida em vários escândalos de corrupção na América Latina, anunciou nesta segunda-feira (23) que impugnará as sanções impostas pelo governo mexicano, que inabilitou a empresa a celebrar contratos com instituições governamentais.

Em resposta, a Secretaria da Função Pública do México (SFP) informou que, embora a empresa tenha expresso a intenção de colaborar com o governo mexicano para esclarecer os fatos, nunca apresentou, nem detalhou os requisitos legais de sua cooperação e admissão de responsabilidade, nem elementos de prova para obter o benefício de redução de sanções previsto na lei anticorrupção mexicana.

“A Odebrecht México rejeita categoricamente as considerações e vai impugnar, mediante todos os recursos legais, o conteúdo, os alcances e efeitos destas sanções”, informou a empresa em uma nota publicada em jornais de circulação nacional.

A companhia acrescentou que as sanções “são totalmente infundadas e improcedentes”.

Na semana passada, o governo mexicano, através da SFP, inabilitou duas unidades da Odebrecht a participar de licitações públicas por dois anos e seis meses.

Também inabilitou dois funcionários da Odebrecht: Gleiber José de Faria, diretor de Finanças da empresa, e Luis Alberto de Meneses, titular da companhia no México.

Este último disse às autoridades brasileiras que Emilio Lozoya, ex-diretor da estatal Petróleos Mexicanos, e vinculado ao presidente Enrique Peña Nieto, recebeu mais de 10 milhões de dólares em propinas da empresa.

Lozoya nega as acusações.

Em junho de 2017, a Secretaria da Função Pública “notificou a construtora que não era procedente seu pedido de redução de sanções, em virtude de não ter aportado os elementos de prova suficientes para acreditar a infração”.

Depois, a Odebrecht interpôs um recurso, negado pela Justiça mexicana pelas mesmas razões, concluiu a SFP.

A empresa também informou que as autoridades mexicanas rejeitaram a solicitação de cooperação ao contrário dos governos de Brasil, Estados Unidos, Guatemala, Panamá, República Dominicana, Equador e Suíça.

A empreiteira está no olho do furacão nos últimos anos, acusada de ter subornado vários governos latino-americanos para ganhar licitações de obras.