A estação de observação de Arecibo, em Porto Rico, não fechará apesar do desabamento de seu famoso radiotelescópio esta semana, disseram os responsáveis pelo local nesta quinta-feira(03), sem dar mais detalhes sobre seu futuro.

A National Science Foundation of America (NSF) “não fechará o Observatório de Arecibo”, disse Ralph Gaume, diretor de ciências astronômicas da NSF, em entrevista coletiva.

O funcionário acrescentou que estava “profundamente entristecido” pela perda do telescópio localizado nos Estados Unidos, que tinha “um futuro brilhante com muitos resultados científicos impressionantes por vir”.

O radiotelescópio, um dos maiores do mundo, desabou na terça-feira quando dois cabos que sustentavam seus instrumentos de 900 toneladas se romperam, causando “danos significativos” à antena parabólica de 305 metros de diâmetro e seus arredores.

Em vídeos do acidente divulgados nesta quinta-feira, é possível ver o colapso de dois dos cabos conectados a uma torre de concreto para apoiar o telescópio. Instável, a estrutura cai alguns segundos depois e perfura parte da parabólica.

A estrutura já estava fragilizada pela quebra de cabos em uma das torres de apoio nos dias 10 de agosto e 6 de novembro.

O telescópio foi, então, considerado muito instável e irreparável, e a NSF tomou a decisão de demolir a estrutura.

“A situação era perigosa”, explicou Ralph Gaume. “Depois de 6 de novembro, esses cabos poderiam ter se rompido a qualquer momento, não podíamos prever quando isso aconteceria, mas sabíamos que aconteceria.”

Ele acrescentou que o acidente não se deve à falta de dinheiro da operadora do local, a University of Central Florida (UCF).

“Ela tinha todos os fundos necessários para prosseguir com as tentativas de estabilização e reparo”, acrescentou Gaume.

Embora a estação de Arecibo permaneça aberta, o funcionário não quis comentar sobre uma possível substituição do telescópio.

“A NSF tem um processo muito bem definido de financiamento e construção de infraestruturas muito grandes, incluindo telescópios”, disse ele.

“É um processo que leva vários anos e envolve financiamento do Congresso e estudos sobre as necessidades da comunidade científica”.

O telescópio foi usado por astrônomos de todo o mundo e permitiu a descoberta dos primeiros planetas orbitando uma estrela diferente do Sol.

Em operação por 57 anos, também foi cenário para cenas de filmes como “Contato” e “007 contra GoldenEye”.