O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu nesta terça-feira trabalhar contra a redução de impostos para os americanos mais ricos em 2012, um dia após fechar um compromisso com os republicanos para manter reduções fiscais por mais dois anos.

“Sou contra a redução de impostos para o segmento mais alto, como fizeram durante anos. A longo prazo, simplesmente não podemos permitir isto e ao final dos próximos dois anos lutarei contra esta situação”, disse Obama em entrevista coletiva na Casa Branca.

O presidente mudou de posição sobre a redução de impostos após semanas de enfrentamentos com os republicanos, que ganharam terreno no Congresso nas eleições de novembro, limitando a capacidade de manobra de Obama.

Analistas estimam que a redução de impostos aumentará em cerca de 900 bilhões de dólares, em dois anos, a já enorme dívida nacional.

Obama adiantou que fará nas eleições presidenciais de 2012, quando deve tentar a reeleição, um referendo sobre as diferentes visões econômicas de democratas e republicanos.

“Para o lado republicano, este é o Santo Graal, a redução de impostos aos mais ricos. Isto parece ser sua doutrina econômica central”, criticou o presidente, que promete impedir qualquer tentativa de tornar a medida permanente.

Obama chegou a um acordo com os republicanos para manter as reduções de impostos para todos os americanos em troca da manutenção, por mais 13 meses, do pacote de ajuda aos desempregados, que terminaria no dia 31 de dezembro.

O desemprego está próximo a 10% nos Estados Unidos e a ajuda beneficia milhões de americanos.

Na véspera, após fechar o acordo, Obama admitiu que o plano “não é perfeito, mas constitui um passo essencial no caminho da recuperação” econômica.

“Isto impedirá que os impostos sobre a classe média sigam subindo e levará o setor privado a criar milhões de novos empregos, dando um impulso tão necessário à economia”.

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