Em um artigo escrito no site Medium, o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu que os norte-americanos sensibilizados pela morte de George Floyd concentrem esforços nas eleições estaduais e locais e pressionem as autoridades para que reformas no sistema penal americano sejam feitas e a morte por racismo seja punida com o rigor da lei.

“Se, daqui para frente, pudermos canalizar nossa raiva justificável em ações pacíficas, sustentadas e eficazes, esse momento poderá ser um verdadeiro ponto de virada na longa jornada de nossa nação para cumprir nossos mais altos ideais, disse o ex-presidente no artigo publicado nesta segunda-feira (1).

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Floyd, que era negro, foi morto na semana passada durante uma violenta abordagem policial, sufocado pelo joelho de um dos policiais em cima de seu pescoço. A reação na opinião pública foi imediata, já que o vídeo com a morte dele viralizou em todo o mundo e o movimento “Black Lives Matter” tomou conta dos Estados Unidos no último final de semana.

Obama disse que aqueles que buscam mudanças na sociedade devem lutar por um presidente e autoridades que reconheçam o “papel corrosivo que o racismo desempenha em nossa sociedade”. Ainda assim, não citou diretamente o presidente Donald Trump, que vem dando declarações controversas contra o movimento negro e os protestos de repúdio à morte de Floyd.

Ele ressaltou que as autoridades eleitas que mais importam na reforma dos departamentos de polícia e do sistema de justiça criminal trabalham nos níveis estadual e local.

“São prefeitos e executivos de condado que nomeiam a maioria dos chefes de polícia e negociam acordo coletivos com sindicatos policiais”, disse Obama. “São os advogados distritais e estaduais que decidem se devem ou não investigar e, finalmente, cobrar dos envolvidos em má conduta policial. Esses são todos cargos eleitos”, ponderou.

Em sua visão, quanto mais específicas forem as demandas do movimento negro, mais difícil será para as autoridades oferecerem apenas elogios à causa e “voltarem aos negócios como de costume”, depois que os protestos acabarem.