O mundo dos criptoativos pode ser semelhante a uma partida de xadrez nos minutos finais, quando restam poucas pedras no tabuleiro e os jogadores partem para o tudo ou nada. Independentemente da estratégia utilizada, o investidor pode tanto ganhar, como levar um grande xeque-mate. E essa derrota parece ainda mais certeira, principalmente, quando vemos a queda de 64,22% do bitcoin em 2022.

Para a especialista em criptomoedas da Top Gain Raquel Vieira, a baixa aconteceu por causa da alta das taxas de juros pelo banco central americano, o Federal Reserve. A taxa Fed Funds foi da faixa entre 0,25% e 0,50% ao ano para o patamar entre 4,25% e 4,5% ao ano. “O aperto monetário empurra os investidores da renda variável para a renda fixa.”

Segundo o especialista da Valor Investimentos Virgilio Lage, o fato das criptomoedas serem investimentos de alto risco causou uma fuga de capital muito maior do que a do mercado tradicional. “Todo o mercado de tecnologia sofre com juros altos, por isso, o Nasdaq [principal índice de ações de tecnologia dos EUA] caiu 33% em 2022.” Para 2023, as expectativas não são positivas, visto que a última ata do Fed, divulgada em 4 de janeiro, reafirmou a continuidade do ciclo de alta de juros. De acordo com a economista-chefe da Tenax Capital, Débora Nogueira, a expectativa é de mais duas altas nos juros americanos. “Antecipamos mais uma alta de 0,25 ponto percentual em fevereiro e, possivelmente, outra de 0,25 ponto percentual em março.”

Ou seja, o investidor pode esperar mais volatilidade no mundo cripto ao longo de 2023. No entanto, isso não significa que é impossível ter lucros. Segundo o head de criptomoedas da Hurst Capital Murillo Alves, a alta de 39% do bitcoin no acumulado de janeiro até o dia 25 é uma prova de que ainda dá para lucrar. “Vemos possibilidade dos criptoativos terem uma variação positiva caso aconteça uma queda da inflação, que sinalize um início no corte de juros.”

Segundo a XP, o ideal é ter no máximo 8% da carteira em investimentos alternativos como as criptomoedas. Ter pouca exposição a esses ativos pode ser uma solução para evitar um xeque-mate.

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