Roubo de informações secretas, sabotagem de redes, clonagem de cartões de crédito, ataques virulentos que paralisam os computadores. Os crimes virtuais driblam as autoridades e custam fortunas para as empresas. ?Neste ano, o FBI americano relatou mais do que o dobro de vírus circulantes do que no ano passado?, diz Richard Brown, CEO da EDS, que vende sistemas de segurança em todo o mundo. Na última semana, Brown esteve no Brasil para dar palestras e apresentar os serviços da EDS para possíveis novos clientes. Falou sobre as novas tecnologias que dão mais segurança aos cartões de crédito e sobre a ameaça dos vírus nos sistemas móveis. ?O uso da Internet no Brasil está explodindo e os ataques vão aumentar ainda mais?, diz ele. Brown anunciou um investimento de US$ 20 milhões para a construção de um Centro de Gerenciamento de Sistemas em São Bernardo do Campo, São Paulo, que deverá guarnecer as cada vez mais freqüentes e volumosas transações on-line.

Os celulares e outros sistemas móveis de comunicação plugados na Internet poderão se transformar no próximo palco das brincadeiras nada engraçadas dos hackers. ?Assim como a Internet transmite vírus para tudo quanto é lado, os telefones celulares também farão o mesmo?, diz Chu Tung, vice-presidente para a EDS Mercosul. Até agora, as raras infiltrações têm se limitado aos sistemas operacionais que gerenciam os aparelhos à distância. Uma vez contaminado, o celular poderia exibir mensagens difamatórias e erros de sistema. Até mesmo o funcionamento das luzes do aparelho poderia ser trocado. ?Os criminosos são espertos?, diz Brown. ?Com a popularização dos celulares plugados na Internet, eles também tentarão entrar nos sistemas móveis.?

Cartões de crédito. Com o receio disseminado de fazer compras com cartão via Internet, esse tipo de transação representa hoje apenas 0,5% do faturamento da Visa. Para aumentar esse percentual, a empresa se uniu à EDS para criar um sistema de segurança que pretende reduzir drasticamente o número deles. As tarjas magnéticas dos cartões serão substituídas por chips de computador, mais difíceis de serem clonados. O consumidor também não precisará digitar o número do cartão de crédito, bastando que ele esteja previamente cadastrado no site da Visa. O investimento declarado foi de US$ 10 milhões. Pouco, se comparado aos cerca de US$ 12 bilhões que a bandeira perde anualmente com crimes virtuais.