Como a indústria do turismo do Uruguai está driblando a crise dos vizinhos Brasil e Argentina?
As dificuldades econômicas e cambiais dos vizinhos realmente afetaram. Hoje, mais de 60% dos turistas que visitam o Uruguai são da Argentina. O Brasil representa 20%. O objetivo é diversificar cada vez mais. Queremos aumentar o número de brasileiros, de europeus, de americanos e de vizinhos da América do Sul.

Como convencer o turista a visitar o Uruguai, um país menor e mais caro do que Argentina?
Por isso criamos o slogan Uruguai natural. Isso quer dizer que temos um perfil de turismo diferente. Temos turismo de aventura, turismo gastronômico, de mineração, de vinhos, praias, rios e muitas opções. Além disso, o Uruguai é uma fortaleza em questões como segurança pública, qualidade de vida, infraestrutura de internet, segurança jurídica, segurança sanitária… Temos uma democracia forte, que respeita a Constituição e cumpre contratos.

Mas por que isso vai atrair turista? A ideia é convencer o turista a investir e viver no país?
Com certeza. Quem vai a trabalho, quer voltar a turismo. Quem vai a turismo, pode querer investir e viver. Estamos com uma política de estímulo a investimentos e de incentivo a mudança de residência fiscal que, sem dúvida, é a melhor da América Latina.

Quando o turismo no Uruguai voltará aos patamares pré-pandemia?
Estamos perto disso. Antes, o turismo respondia por 8% do PIB do Uruguai. Hoje está em 6%. Acredito que voltará a 8% em 2023. Só no primeiro semestre tivemos 170 cruzeiros em Montevidéu e 52 em Punta del Este. Também acabamos de conceder à iniciativa privada seis aeroportos no interior do país. Tudo isso vai ajudar o turista a voltar.

(Nota publicada na edição 1285 da Revista Dinheiro)