Aos poucos, a Smiles, uma das maiores empresas de programas de fidelidade do Brasil com quase 13 milhões de clientes, tem botado pressão em muita operadora de turismo e em famosas plataformas como Hotel Urbano, Decolar.com, entre outras. Só neste ano, a Smiles, com receita líquida de R$ 1,32 bilhão até o terceiro trimestre, foi a que mais emitiu passagens no mercado, chegando a 5 milhões de tíquetes aéreos. Mas o próximo passo é ainda mais ambicioso: tornar-se uma das maiores vendedoras de diárias de hotéis no País, podendo chegar a 2 milhões de diárias vendidas dentro de três anos.

O segredo para isso reside em uma parceria com a Rocketmiles, empresa que opera a plataforma Booking.com, que teve início, de fato, em 2017 e cresce rapidamente. “Neste ano, vendemos 500 mil diárias na plataforma da Smiles”, diz Leonel Andrade, presidente da companhia. “A operação tem crescido a uma média de 50% ao mês.”

Modelo bem azeitado

O sucesso da operação, atrelada à plataforma com 800 mil hotéis ao redor do mundo, está ligado ao modelo de negócio formatado pela companhia. Ao reservar o hotel pela plataforma da Smiles, o cliente recebe alguns milhares de milhas que variam de acordo com o número de diárias e o preço da hospedagem. “As milhas são transferidas no momento do check-out”, diz Andrade. Isso acontece porque, em vez de pagar a comissão para a Smiles como se fosse um agente de viagem, a Rocketmiles repassa as milhas ao cliente.

“E como vendemos 5 milhões de passagens, sabemos o comportamento do cliente. Para onde vai, quanto tempo fica no destino, se é viagem de lazer. Com isso, nos antecipamos e oferecemos o hotel”, diz Andrade. O mesmo está sendo feito com os carros da locadora Localiza. Essas iniciativas têm feito analistas como Felipe Martins Silveira, da Coinvalores, estipularem para 2018 um preço-alvo da ação da Smiles em R$ 104. Na quinta-feira, 14 de dezembro, o papel estava cotado a R$ 75,58.

Nota publicada na Edição 1049 da Revista Dinheiro com colaboração de: Luana Meneghetti  e Márcio Kroehn