O plano da invasão americana ao Iraque já está pronto. Assim que o presidente George W. Bush der a ordem, bombardeiros B1 e B2 vão atacar bases militares, centros de defesa aérea, usinas de força e palácios de Saddam Hussein. Os aviões carregarão bombas teleguiadas por satélite, cada uma pesando uma tonelada. O objetivo é garantir a precisão do ataque, evitando a destruição de alvos civis e a antipatia da população. Na Guerra do Golfo, apenas 9% das bombas eram guiadas por satélite. Desta vez, serão 60%.

O ataque aéreo contará com 500 aviões, entre caças e bombardeiros, e será acompanhado de operações terrestres e marítimas. Um efetivo de até 250 mil soldados vai invadir o Iraque vindo de países aliados e de navios estacionados na região do Golfo Pérsico. A ação irá se desenrolar em três frentes: pelo norte, com o apoio da minoria curda; pelo sul, onde existem militantes xiitas anti-Saddam; e pelo oeste, onde seria montado um cinturão para defender Israel.

Cerca de 6 mil soldados americanos já estão no Kuwait. Nesta semana, desembarcam mais mil homens no Qatar e dois porta-aviões chegam à região, onde se juntam ao USS Abraham Lincoln e ao USS George Washington. Embora os americanos estejam contando com o apoio logístico de países aliados na região, apenas a Grã-Bretanha deverá contribuir com tropas, incluindo aviões e forças especiais.

No território iraquiano, o objetivo dos aliados é a localização e a desativação das armas de destruição em massa. Mas o que os americanos realmente querem é a deposição de Saddam. Para isso, eles pretendem isolar Bagdá do resto do país, tanto na logística quanto na comunicação. Isolada, a capital será alvo de ataques rápidos e maciços.

Junto com a ocupação militar do Iraque, os americanos também vão desencadear uma ação de cooptação de parte da população local. Como ocorreu no Japão após a Segunda Guerra, os americanos querem convencer os iraquianos de que quanto maior for a colaboração, mais rápido eles deixarão o país. De preferência, sem Saddam no poder.