As notícias falsas não afetam apenas a política, como podem ser determinantes para sua saúde. Segundo uma pesquisa encomendada ao Ibope pela ONG de mobilização social Avazz e pela Sociedade Brasileira de Imunizações, de cada dez pessoas ouvidas, sete acreditam em pelo menos uma notícia falsa sobre vacinas. O estudo mostra ainda que 57% dos que não se vacinaram citaram um motivo relacionado à desinformação, e 48% dos entrevistados falaram que têm redes sociais e aplicativos como uma das principais fontes de informação sobre a medicação. Só na rede social Facebook, as fake news sobre vacinas já alcançaram mais de 23 milhões de visualizações. Essa epidemia pode ser uma das causas para a queda brusca nos índices de vacinação do País. A prevenção ao sarampo, por exemplo, é um retrato disso. Em 2015, a cobertura para a doença alcançava 95% das crianças brasileiras. Em outubro deste ano, esse número caiu para 57%. O mesmo caso vale para poliomielite, que teve a cobertura regredida de 98%, em 2015, para 51% este ano.

(Nota publicada na Edição 1147 da Revista Dinheiro)