28/04/2017 - 19:00
Papéis avulsos
O Santander Brasil, presidido por Sérgio Rial (à esq.) e o Bradesco, por Luiz Carlos Trabuco, anunciaram seus resultados financeiros na semana passada. A melhora na inadimplência, o aumento das receitas com tarifas e uma atitude espartana com relação aos custos deu razões para os dois banqueiros sorrirem. O Santander lucrou R$ 2,280 bilhões no primeiro trimestre, alta de 14,7% ante o trimestre anterior e de 37,3% frente ao mesmo período de 2016, graças a um aumento de 31% nas receitas com crédito e de 13%, nas tarifas. O resultado veio acima da projeção do Deutsche Bank, que elevou a recomendação da ação para “manter”. Já o Bradesco divulgou um lucro líquido ajustado de R$ 4,648 bilhões, avanço de 6% diante do trimestre anterior e de 13% ante o mesmo período de 2016. Em 12 meses, a margem líquida do crédito cresceu 26%, para R$ 7,7 bilhões, e as receitas com tarifas avançaram 16%, para R$ 7,4 bilhões.
Mineração
Vale tem maior lucro desde 2013
A Vale lucrou R$ 7,891 bilhões no primeiro trimestre de 2017, avanço de 25% ante o mesmo período de 2016 e o melhor resultado trimestral desde os R$ 7,95 bilhões do terceiro trimestre de 2013. A empresa obteve um recorde de produção do minério de ferro, extraindo 86,2 milhões de toneladas no trimestre, alta de 11% em relação a 2016. A mineradora foi beneficiada pela melhora das margens, pois a receita líquida subiu 30%, mais do que o aumento da produção. A Vale faturou R$ 26,74 bilhões no trimestre, ante R$ 20,574 bilhões no mesmos período de 2016. No ano, as ações PNA da mineradora avançam 18,7%.
Touro x Urso
A aprovação da reforma trabalhista na quarta-feira 26 animou o mercado. Na semana até a quinta-feira 27, o ganho do Índice Bovespa é de 1,4%. Com isso, a alta nos quatro primeiros meses do ano é de 7,4%. Os investidores estão confiantes na aprovação de uma agenda alinhada com as expectativas do mercado.
Destaque no pregão
O paradoxo da Lojas Renner
Unanimidade entre os analistas, a Renner é uma das melhores companhias abertas do País. Na terça-feira 26, a empresa presidida por José Galló anunciou um lucro líquido de R$ 67 milhões, uma alta de 2,2% em relação ao mesmo período de 2016, apesar da pressão sobre as margens. A alta das vendas, considerando o conceito de mesmas lojas, foi de 9,1% no trimestre, e o avanço da receita líquida foi de 12% em relação a 2016. A companhia é considerada enxuta, bem administrada e com um posicionamento de mercado correto. No entanto, mesmo os analistas mais entusiastas recomendam “manter” as ações. A explicação é simples: a Renner é um caso de sucesso bem conhecido, e há pouco espaço para grandes altas ao longo dos próximos trimestres. No ano, até a quarta-feira 26, as cotações subiram 25%.
Palavra do analista:
Marcel Moraes, analista do Deutsche Bank em Miami, avalia que a Renner continua com muito apetite por crescimento. Mesmo assim, a melhora dos resultados já está refletida nas cotações, havendo pouco espaço para novas altas de preço.
Celulose
Fibria ganha menos com queda do dólar
O lucro líquido da fabricante de celulose Fibria recuou 66,5% no primeiro trimestre, para R$ 326,7 milhões, devido à desvalorização de 19% no dólar. A pressão cambial fez a receita encolher 13,4%, para R$ 2,07 bilhões, apesar de a produção de celulose ter sido de 1,2 milhão de toneladas, estável em relação a 2016.
Tecnologia
Senior Solution no Novo Mercado
A Senior Solution será a primeira empresa que abriu capital no segmento de acesso Bovespa Mais a listar suas ações no Novo Mercado. A proposta será submetida aos acionistas em uma assembleia em maio. No ano, as ações sobem 19,7%.
Mercado em números
DURATEX
R$ 952 milhões – Foi o faturamento da empresa de painéis de madeira e material de construção no primeiro trimestre do ano, um aumento de 5,6% em relação ao mesmo período de 2016
GRENDENE
R$ 171,8 milhões – Foi o lucro líquido da empresa calçadista no primeiro trimestre do ano, um crescimento de 19,6% em relação ao mesmo período de 2016. O faturamento cresceu 7,2%, para R$ 510 milhões
BRASKEM
R$ 47,2 milhões – É a remuneração proposta para a diretoria e os conselheiros da empresa petroquímica referente ao exercício de 2017, um aumento de 12,3% em relação a 2016
RESTOQUE
R$ 10,2 milhões – Foi o prejuízo líquido da empresa, dona das marcas Le Lis Blanc, Dudalina, Bo.Bô, John & John e Rosa Chá, no primeiro trimestre, queda de 57% em relação ao mesmo período do ano passado
EMBRAER
US$ 182 milhões – É quando a empresa aérea American Airlines vai pagar por quatro jatos E175 fabricados pela empresa brasileira. As entregas vão começar no último trimestre de 2017
