Bill Clinton tem um. James Carter, um dos maiores saxofonistas dos Estados Unidos, também. E a Orquestra Sinfônica de Nova York já está de olho nos instrumentos de sopro feitos pela brasileira Weril. Com quase 100 anos, a empresa sediada em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, é a maior exportadora nacional de instrumentos musicais. Com faturamento de R$ 27 milhões, ela é uma das grandes do setor ? que movimenta cerca de R$ 320 milhões por ano. Para conquistar esta posição, a Weril teve de investir na melhoria de trompetes, flautas, tubas e todos os outros 100 produtos de sua linha. ?Em 1980, na primeira feira internacional que participamos, quem visitava nosso estande perguntava de qual museu havia saído nossos instrumentos. Não tínhamos tecnologia?, conta Roberto Weingrill Junior, diretor comercial. ?Hoje, temos uma das fábricas mais modernas do mundo?.

 

Além de conquistar clientes no exterior, a busca por qualidade preservou do ataque dos concorrentes importados a fatia que a Weril tinha no mercado nacional. ?O setor passou por anos de retração?, explica Synésio Batista da Costa, presidente da Associação Brasileira de Música. ?Nossa participação na balança comercial é tímida. Deve ficar em torno dos US$ 10 milhões este ano contra US$ 30 milhões que serão importados. Mas podemos ganhar mercado com o dólar em alta?, avisa. A Weril, por exemplo, já é vendida nos EUA, Europa e no Japão.

Há quase cinco anos, ela atua nesses mercados com marca própria. Antes disso, seus instrumentos chegavam no exterior sob outras marcas, como no caso do saxofone usado pelo ex-presidente americano Bill Clinton. ?Ganhamos respeito suficiente para abrir mão da terceirização e atuar apenas com a nossa marca?, afirma Weingrill Junior. A credibilidade é tanta que a Weril agora precisa de mais espaço. Está investindo US$ 1 milhão para ampliar a fábrica. Hoje, 40 mil peças são produzidas ali ? quase um terço delas segue para o mercado externo. ?Para 2003, a participação das exportações nas receitas tende a aumentar. No geral, as vendas devem crescer 30%?, diz Weingrill Júnior.