Como a instabilidade dos preços prejudica o planejamento do setor e da BBM, empresa com faturamento de R$ 1,6 bilhão?
Essa instabilidade pode afetar diretamente nossos clientes, mas sem prejudicá-los, uma vez que buscamos manter a qualidade dos serviços com planejamento adequado. Neste cenário, a BBM foca em recompor preços junto aos clientes (atingindo 90% da base da carteira) e em iniciativas para aumentar eficiência operacional e reduzir custos. Assim, conseguimos observar os impactos positivos nos resultados, que começaram a ser registrados principalmente a partir do final do primeiro trimestre deste ano.

Quais os maiores desafios da logística no País?
O setor logístico vem passando por um cenário desafiador por causa da forte inflação de custos impactando as margens dos operadores. No caso do diesel, percebemos uma alta de 47% no decorrer de 2021 e de 18% no primeiro trimestre de 2022. Esse aumento tem efeito direto e indireto na economia, resultando em impactos negativos principalmente nos transportes de cargas. Esse fato se dá porque somos um país de dimensões continentais, onde a logística rodoviária representa mais de 60% do total geral, podendo chegar até 90% em alguns segmentos específicos, e porque ainda dependemos muito da tecnologia de combustíveis fósseis em quase sua totalidade para que o modal rodoviário funcione.

Qual sua avaliação da troca frequente de comando na Petrobras? Gera insegurança para as empresas de transporte?
A troca de comando pode ser bem sucedida se a estratégia estiver bem traçada. Quanto à insegurança, os acionistas deverão se sentir ou não confortáveis, o que deve gerar efeitos no mercado de ações.

(Nota publicada na edição 1275 da Revista Dinheiro)