Aplicativos raramente tomam atitude contra o usuário, ainda mais se for uma ferramenta global usada por 75 milhões — não há ainda Inteligência Artificial possível para monitorar tamanho número. Mas o Tinder, plataforma de encontros, teve de fazer isso. Um novo documentário da Netflix, O Golpista do Tinder, expôs um dos malandros do amor mais perigosos do aplicativo, o israelense Simon Leviev (nome real Shimon Hayut), 31 anos. Não, ele não é um serial killer. É um ladrão perspicaz de mulheres vulneráveis (algumas nem tanto) que usava o aplicativo para, em um esquema de pirâmide, tirar dinheiro de uma para usar com a outra, e no caminho criar uma vida rica de jatinhos, supercarros, hotéis de luxo, entourage com seguranças e sócio vindo de um suposto negócio de diamantes, graças ao pai bilionário do ramo — não, nem o pai era dele. Com isso, teria roubado US$ 10 milhões de suas vítimas. O documentário traça sua inacreditável história com três belas mulheres e, para não darmos spoilers, basta dizer que até dias atrás ele ainda enganava algumas no Tinder. O aplicativo, que não revela quantos usuários tem no Brasil, mas é o mais usado à frente de Badoo e Par Perfeito, finalmente o baniu para sempre de seus candidatos.

(Nota publicada na edição 1261 da Revista Dinheiro)