26/01/2001 - 8:00
Nos últimos 30 anos, o Brasil teve seis padrões monetários. Quando a população se acostumava com uma moeda, lá vinha outra. Primeiro foi o cruzeiro, depois o cruzado, cruzado novo, mais uma vez cruzeiro, cruzeiro-real e o real. Isso é só um exemplo da falta de estabilidade econômica que vivemos. O que nem todo mundo percebe é que as incertezas podem estar interferindo até hoje no bolso. Pode ser esse passado de instabilidade a explicação para um comportamento comum: gente que mesmo ganhando bem e com despesas em equilíbrio, não consegue guardar dinheiro. Como o casal de Belo Horizonte Odessa e Carlos Prates. Eles têm uma boa renda mas simplesmente não planejam a longo prazo. ?É como se nosso dinheiro sumisse, não entendo como?, diz Odessa. A educadora financeira Cássia D?Aquino entende. ?É falta de disciplina e também herança de um período em que guardar dinheiro era um risco.? Tudo bem, a causa pode até estar no passado. Mas isso não significa se conformar com a falta de planejamento. A melhor forma de forçar a disciplina é comprometer o dinheiro em algum produto que seja uma reserva de valor.
Para quem não consegue fazer por conta própria, a melhor forma de garantir um depósito mensal no banco é via investimentos programados. Pelo sistema, a retirada de um determinado valor é autorizada todos os meses. Isso só vale para aplicações em fundos de renda fixa ou poupança. ?É como se fosse um débito automático?, conta Betty Kitner, diretora do site de finanças pessoais Financenter. ?O ideal é que a data de retirada seja um dia depois do recebimento do salário.? Mas se o difícil é economizar com um objetivo a longo prazo, como a aposentadoria, a solução pode ser um plano de previdência privada. Uma pessoa que paga por 30 anos uma prestação equivalente a 10% do que ganha hoje terá uma renda de 70% do atual salário após 22 anos. Para garantir o futuro dos filhos, que tal um plano de pagamento antecipado dos estudos? A Cia da Educação, de São Paulo, é uma empresa especializada nisso. Nos planos com tempo superior a dez anos, o valor por mês é inferior a R$ 50. A compra de um imóvel também é indicada por analistas. ?A prestação não deve comprometer mais que 10% do salário?, afirma Víctor Zaremba, autor do livro O milionário que existe em você. ?Com uma prestação vencendo todos os meses, a pessoa vai economizar sem perceber.?
