A última vitória dos Agnelli, donos da Fiat, sobre os Benetton aconteceu nas pistas de Fórmula 1. Mais precisamente em 1995, quando a Ferrari tirou dos rivais o piloto Michael Schummacher. Fora das pistas, o que se vê, desde então, é uma lavada de Luciano Benetton. Na Itália das dinastias familiares, onde Gianni Agnelli reinou durante muito tempo como o mais poderoso empresário local, o cetro agora está em outras mãos. Enquanto o capo da Fiat procura uma saída para contornar os problemas financeiros de seu império, o homem da moda não pára de investir. E ataca em vários ramos de atividade. Um exemplo? Comprou a Autostrade, maior empresa de pedágio da Europa, por US$ 7,9 bilhões. É dono de restaurantes, supermercados, bancos e até de uma fábrica de algodão no Texas. E, claro, controla a marca de roupas que leva o seu nome. Hoje, a fortuna dos Benetton é estimada em US$ 5 bilhões. A dos Agnelli em US$ 2,3 bilhões.

 

Há muito tempo que o grupo Benetton não é apenas uma indústria de roupas. É uma holding que vem aproveitando como pode as boas oportunidades de negócio. A oferta pela Autostrade, por exemplo, foi o maior investimento já feito pelo grupo em seus 34 anos de história. ?Nossa política de investimentos é agressiva, de risco, mas inteligente?, disse o empresário em entrevista ao jornal The New York Times. Mas mesmo antes da Autostrade, Benetton já estava de olho na diversificação. Comprou participações na Telecom Italia, na fabricante de artigos esportivos Sportsystem e na Autogrill, operadora de restaurantes de aeroportos e de beira de estrada.

Diversificar não significa deixar de lado a atividade que deu
origem ao grupo. Luciano Benetton está levando suas roupas
para a Ásia. Abriu no mês passado megastores em Shangai
(China), Kyoto e Sapporo (Japão). A exceção de todo este apetite é o Brasil. Por aqui, a marca mantém meia dúzia de lojas franqueadas e não dá sinais de que pretende virar o jogo. ?Não temos nenhum plano definido para o Brasil?, resumiu o departamento de comunicação da Benetton.