Com uma crítica às medidas econômicas adotadas pelo governo chinês, o investidor e filantropo húngaro-americano George Soros voltou aos holofotes esta semana. Na última segunda-feira (30), ele assinou um artigo no jornal britânico Financial Times no qual discorda da regulamentação de alguns setores na China.

Para Soros, o presidente chinês, Xi Jinping, “colidiu com a realidade econômica” e investidores estrangeiros terão “um duro despertar” para os problemas gerados por essas medidas. O investidor critica ainda os mercados imobiliário e de educação privada.

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IPOs x presença do Estado

Um alerta de Soros é em relação aos IPOs (oferta pública inicial, na sigla em inglês). Ele cita a entrada do governo chinês no conselho da ByteDance, startup dona da rede social TikTok. De acordo com o investidor, o mercado não tem percebido a influência do governo chinês nesse setor.

Ele ressalta ainda como o IPO da fintech Ant, da varejista Alibaba, foi cancelado neste ano após o empresário Jack Ma, dono da empresa, criticar o governo.

“O movimento dá a Pequim um dos assentos em um conselho diretor de três pessoas e acesso em primeira mão a trabalhos internos da companhia que tem um dos maiores tesouros de dados pessoais do mundo”, escreveu em seu artigo.

Riscos x governos autoritários

O presidente Xi Jinping tem uma liderança centralizadora que é vista seguindo o mesmo modelo do Partido Comunista Chinês. Para Soros, os investidores estrangeiros não perceberam os novos riscos envolvidos em investir na China.

“A China de Xi não é a China que eles conhecem. Ele está colocando em vigor uma versão atualizada do partido de Mao Tse-tung. Nenhum investidor tem nenhuma experiência com essa China porque não havia mercado de ações na época de Mao”, completa.

Transparência x monopólio de poder

Soros finaliza dizendo que muitos acionistas de fundos estão diretamente conectados às decisões em Pequim, por isso é preciso maior transparência nos investimentos. Para ele, até o Congresso americano deve pensar em leis nesse sentido. Soros ressalta ainda que o presidente Xi Jinping “enxerga todas as empresas chinesas como instrumentos de um Estado de um só partido”.