A mais conhecida das criptomoedas é também famosa por sua alta volatilidade. Poucos ativos sofrem tanta variação de preço quanto o Bitcoin no mesmo intervalo de tempo. Para quem acompanha as cotações diariamente, vê que o mercado é dinâmico e pautado em diversos acontecimentos mundiais, seja a ameaça de guerra entre Irã e EUA ou a recente epidemia causada pelo coronavírus.

Além dessa montanha russa de fatos, 2020 ainda será marcado pelo Halving, evento que tem por objetivo de reduzir pela metade a oferta de novos Bitcoins no mercado. Isso é necessário para que a mineração da criptomoeda siga um calendário rígido.

Já dá para imaginar o impacto positivo no preço do ativo, uma vez que com menos unidades disponíveis, começa uma corrida pela compra da criptomoeda e, consequentemente, alta no preço.

O próximo Halving está programado para o início de maio, e o desdobramento é uma verdadeira caixinha de surpresas. Apesar de ocorrer a cada quatro anos, é imprevisível qual será a reação do mercado. Em 2012, primeiro ano do evento, o segmento era marcado por tamanho, players e liquidez diferentes. Apesar de a previsão para o último Bitcoin ser minerado apenas em 2102, pensar na diminuição da oferta já causa grande alvoroço nos investidores.

Como eles vão reagir? Também não temos como prever, mas a sugestão é que comprem aos poucos. Muita gente comprando ao mesmo tempo pode fazer o preço disparar e o mercado sentir um baque, uma vez que o valor já estava em alta. Desde 1º de janeiro, a alta acumulada de Bitcoin chegou a mais de 35%.

O último Halving foi em 2016, mas o boom da criptomoeda no Brasil aconteceu apenas em 2017, quando a cotação chegou a uma valorização de mais de 1300%. Isso mostra que essa movimentação no mercado nacional é nova e tem muito a nos ensinar.

Fato é que o mercado brasileiro tende a passar ileso e ficar ainda mais fortalecido pelo Halving, uma vez que é um evento que tende a chamar atenção de novos investidores para o mercado, ajudando na popularização do Bitcoin. Muito já se fala sobre regulamentação no Brasil e, quem sabe essa agitação causada pelo Halving possa significar um primeiro passo rumo a um mercado mais maduro no País.

Daniel Coquieri é CEO e um dos fundadores da BitcoinTrade