A invasão da Praça dos Três Poderes por manifestantes golpistas no último domingo (8) pode ter surpreendido muita gente, mas ela já estava sendo organizada pelas redes sociais dias antes, por usuários que usavam o código “Festa da Selma” para se referir ao evento. 

A Agência Pública descobriu que a expressão estava sendo usada por usuários do Twitter alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a extrema direita. De acordo com o site, a primeira publicação contendo a expressão foi feita pelo usuário @Fernand58617686, no dia 5 de janeiro. Sua bio no Twitter era: “Deus, Pátria, família e liberdade. Conservadora, Direita”. No momento da publicação deste texto, a conta estava fora do ar.   

+Cérebro envelhece mais rápido com falta de vitamina D, diz estudo

A escolha do nome faz alusão ao termo “Selva”, usado pelo exército brasileiro. 

Mapa interativo apontava de onde sairiam os ônibus  

Já matéria publicada pelo UOL nesta quinta-feira (11) reforçou que a organização dos atos também era feita em um grupo do Telegram chamado “Pesca e Caça”. O grupo também contava com um mapa interativo chamado “Viagem para a praia” onde estavam listados os pontos de onde os ônibus saíram rumo a Brasília. 

A reportagem também teve acesso a mensagens dentro desse grupo, que conta com mais de 18 mil membros, onde eles conversavam sobre valor de passagem de ônibus e até mesmo onde os manifestantes poderiam encontrar transporte gratuito.

Quem financiou? 

Um dos pontos em que o Ministro da Justiça, Flávio Dino, e a Procuradoria Geral da República (PGR) estão focados no momento é saber quem foram os financiadores desses atos. 

Na noite de terça-feira (10) uma célula do grupo de hacktivistas Anonymous chamada Etersec publicou uma nota onde dizia ter descoberto o nome de 50 pessoas que teriam financiado os atos antidemocráticos. Entre eles estão o senador eleito Magno Malta e os empresários Eladio Pinheiro Canto e Hernani José Alves. 

Em suas redes, Malta se manifestou antes da publicação, no dia 9, negando que tenha convocado para o ato em Brasília. A reportagem não conseguiu contato com ele nesta quarta-feira.