Quando sancionada a reforma trabalhista, ainda em 2017, o medo do proletariado era que as novas contratações favoreceriam o patrão e deixariam o colaborador mais vulnerável. Cinco anos após a aprovação, o cenário é muito pior. Isso porque as relações de trabalho não enfraqueceram. Elas deixaram de existir. E isso não foi culpa apenas da reforma do governo Temer. Nos últimos três anos o Brasil virou palco de uma alta exponencial do desemprego, um movimento que se arrasta desde 2014, e evidenciou a falta de capacidade de todos os governos de estimular o emprego e a renda formal em um país continental. E para jogar luz nesse problema, a LCA Consultores colocou a situação em números. Entre 2014 e 2022 o Brasil perdeu 2,8 milhões de vagas com carteira assinada, enquanto o número de trabalhadores sem registro ou por conta saltou 6,3 milhões. Em números absolutos, o contingente atual de trabalhadores com carteira assinada no 1º trimestre de 2022 totalizou 36,3 milhões, contra
39,1 milhões no 1º trimestre de 2014. “É um movimento de precarização do mercado de trabalho”, disse Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, autor do levantamento. O estudo mostra ainda que, além das sucessivas crises, o Brasil não se preparou para as transformações tecnológicas e estruturais no mercado de trabalho, o que jogou milhares de brasileiros no empreendedorismo por necessidade, bicos ou outras formas instáveis de obter renda. Uma culpa que os três últimos presidentes precisam carregar juntos.

POLÍTICA
Dia D (nada)

Havia pelo menos dois meses os líderes do MDB, PSDB e Cidadania prometiam que no dia 18 de maio um grande anúncio seria feito. As especulações eram uma chapa João Doria/Simone Tebet ou Simone Tebet/João Doria. O tal dia 18 passou e sabe o que isso significa? Nada. Isso porque o PSBD resolveu deixar de lado o garbo e aderiu ao barraco. Os caciques do partido querem defenestrar Doria da candidatura à Presidência sob argumento de que em alguns estados a figura do ex-governador de São Paulo prejudicaria as campanhas locais. O ideal para o próprio PSDB seria a senadora Simone, que teria uma figura mais neutra. E porque então ela ainda não é a terceira via? Porque Doria soltou uma nota no dia 16 dizendo que se o partido tirar sua candidatura ele vai contestar na Justiça. O PSDB retrucou argumentando que ele pode até sair candidato na marra, mas não vai ter um centavo do Fundo Eleitoral. Mais um dia no multipartidarismo de coalizão do Brasil.

Mateus Bonomi

“Veio a lume notícia de atos preparatórios de ataque terrorista contra o STF. Daí a necessidade de o processo ser sigiloso e de as notícias serem divulgadas de forma genérica” Luiz Fux,,presidente do STF, ao rejeitar pedido do governo de investigação do ministro Alexandre de Morais por suspeição no inquérito das fake news.

PRIVATIZAÇÃO DA ELETROBRAS
TCU dá sinal verde 

O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou na quarta-feira (18), por 7 votos a 1, a continuidade do processo de privatização da Eletrobras, estatal que atua nas áreas de geração e transmissão de energia. A aprovação do TCU era a última etapa para o governo poder fazer a desestatização da companhia ainda neste ano.

INTERNACIONAL
Laços energéticos

Carolina Cabral

Os Estados Unidos resolveram flexibilizar algumas das sanções impostas contra a Venezuela de Nicolás Maduro. A “bondade” de Joe Biden tem motivo: os EUA precisam voltar a pensar em fontes de energia e uma delas está em solo venezuelano e pode ser gerida pela gigante Chevron. Quando a crise entra pela porta, a defesa da democracia sai pela janela.

AUXíLIO BRASIL
Programa vira permanente. Custo será de R$ 32 bilhões

O presidente Jair Bolsonaro sancionou na quarta-feira (18) a medida provisória (MP) que torna permanente o valor mínimo de R$ 400 para o Auxílio Brasil. A sanção foi anunciada pela Secretaria-Geral da Presidência. O Auxílio Brasil foi criado pelo governo em agosto do ano passado, em substituição ao Bolsa Família. Inicialmente, o benefício médio pago a famílias de baixa renda era de R$ 217. Segundo o governo, o gasto estimado com o benefício extraordinário para 2022 é de cerca de R$ 32 bilhões.

RENDA
… E o futuro não é melhor

Se o problema do emprego é uma triste realidade, o Fundo Monetário Internacional (FMI) sugere que as coisas não vão melhorar no futuro. Segundo levantamento do órgão, o fechamento das escolas na pandemia prejudicou crianças em todo o mundo, mas no recorte do G20 o Brasil ficou em terceiro lugar entre os mais prejudicados, com uma perda estimada de 9,1% na renda por brasileiro que foi afetado pelo ensino frágil no período. “Ainda que existam muitas incógnitas, nossas simulações mostram que, quando todos esses estudantes estiverem no mercado de trabalho, o PIB das economias avançadas do G20 poderá ser 3% inferior no longo prazo” às estimativas feitas antes da pandemia.

R$ 1,1 trilhão o Impostômetro, que soma impostos, taxas e contribuições, incluindo as multas, juros e a correção monetária pagos pelos contribuintes, chegou a 35% do pib. somente são paulo respondeu por R$ 400 bilhões