A maior parte das pessoas gostaria de falar inglês sem estudar; gostaria de tocar o piano sem praticar. Alguns jovens gostariam de ser atletas sem treinar. Outros gostariam de ter o peso ideal sem fazer exercícios e cuidar da alimentação. E por fim, muitos gostariam de prosperar sem pagar o preço do sucesso. A diferença entre quem vence e quem fracassa está na capacidade de cada um de fazer as escolhas certas, e, depois, de ser incansável até alcançar a meta almejada. Assim, o sucesso é resultado de muito preparo, empenho, dedicação, disciplina e confiança em si mesmo.

Os atletas desafiam diariamente seus limites nas quadras esportivas. Convivem com dores intensas, provocadas pelo esforço físico, e travam uma batalha interior para dominar a mente e se manter focados em seus objetivos. Acredito que, além do talento natural, a vitória é resultado de um conjunto de fatores que são vivenciados no dia a dia, como a rotina de treinos, a busca pela superação, a convicção e o equilíbrio emocional para não desistir a cada dificuldade encontrada pelo caminho.

Quando decidi empreender, mesmo sem recursos, sabia que teria muitos obstáculos pela frente. Me sacrifiquei muito, mas muito mesmo. Abri mão do conforto e do prazer imediato para colher algo maior no futuro. Não frequentava restaurantes, não viajava, não comprava carro novo, não fazia loucuras em compras nos shoppings, gastava o estritamente necessário nos supermercados. Porém, essa consciência de fazer sacrifícios agora para colher algo melhor no futuro não é comum para a maior parte das pessoas e é uma das razões do porque a maioria não vence financeiramente.

O mesmo raciocínio vale para quem quer perder peso. Imagine acena de você com os amigos diante de uma feijoada com ótimo aroma. A feijoada está ali e te dará prazer imediato, mas você tem uma meta pessoal e precisa decidir entre aproveitar o prato ou evita-lo para atingir o peso ideal no médio prazo. Qual é a sua escolha? Será movido pela emoção ou pela razão?

O empresário vive batalhas parecidas. Desde que comecei empreender, passei a conviver com esse cenário de escolhas diariamente. Planejava cada detalhe do projeto, controlava custos, gerenciava pessoas, pensava em novas formas e atrair clientes e buscava aumentar o faturamento para sobreviver no mercado, e conquistar a liderança do setor. Era meu lado racional falando mais alto. Ao mesmo tempo, convivia internamente com uma série de emoções, algumas delas conflitantes, que iam do medo à certeza de que eu realmente venceria; do receio de apostar em uma oportunidade e colocar tudo a perder, na dúvida se eu estava ou não no caminho certo; da tristeza de perder uma negociação à convicção de que logo outra oportunidade surgiria à minha frente, embora não soubesse exatamente onde.

Quando me perguntam como consegui superar essas barreiras e vencer no mundo dos negócios, respondo com convicção: além do meu talento natural como empreendedor, eu soube buscar o equilíbrio quase que perfeito entre razão e emoção. Além disso, sou uma pessoa extremamente focada na busca de resultados. Finalmente, tenho uma disciplina que me ajuda a vencer os obstáculos encontrados pelo caminho. Enfim, uma disposição natural de pagar o preço do sucesso.