Entrevista
André Friedheim, presidente da Associação Brasileira de Franchising

Qual é a estimativa da ABF sobre o impacto da crise do coronavírus no setor de franquias?
Os reflexos começaram a ser sentidos no último final de semana, com especial força nos shoppings. O impacto foi maior em São Paulo e no Rio de Janeiro. Como o setor de franquias é muito horizontal, os impactos variaram muito e estamos realizando uma sondagem para avaliar melhor. O impacto negativo é certo e tende a aumentar com a restrição de circulação nas cidades.

As medidas adotadas pelo governo serão suficientes para evitar falências e demissões?
O pacote é muito bem-vindo e inclui medidas importantes como o diferimento de impostos, mas encaramos como um primeiro esforço que demanda iniciativas adicionais para surtir os efeitos desejados. O governo deveria avançar também em questões como desoneração da folha, flexibilização de algumas normas trabalhistas de forma extraordinária e a criação de linhas de crédito especiais para PMEs e varejistas.

Em quanto tempo essa crise vai passar?
Nossa expectativa é que o pico do coronavírus será ainda em março e que os reflexos principais durem mais cerca de dois meses.

De todas os segmentos de franquias, quais serão os mais e os menos afetados, e por quê?
O impacto é geral, mas hotelaria e turismo sofrem mais. A área de alimentação também terá grandes reflexos, mas terá a oportunidade de trabalhar com mais força o canal de delivery. Serviços de forma geral também serão afetados, mas o setor pode tentar acelerar atividades remotas.

(Nota publicada na edição 1163 da Revista Dinheiro)