Na China, poucos entre os 1,4 bilhão de habitantes souberam que Chloé Zhao ganhou a estatueta de melhor direção no Oscar 2021 pelo filme Nomadland. A notícia da vitória da diretora chinesa – a primeira mulher do país a receber a deferência – foi censurada nas redes sociais e mecanismos de busca em sua nação, em ação coordenada pelo Ministério da Propaganda.

Também não houve reportagens logo após a conquista de Zhao na Televisão Central da China, na Agência de Notícias Xinhua ou no Diário do Povo, do Partido Comunista Chinês.

Uma das críticas internas é a de que Nomadland é uma produção tipicamente americana, longe da vida real do povo chinês. Há provável retaliação a Zhao, que disse anos atrás que a China era um “lugar onde há mentiras por toda parte”.

(Nota publicada na edição 1220 da Revista Dinheiro)