Na quarta-feira 2, a humanidade esgotou os recursos de que dispunha no Planeta Terra para viver de forma sustentável em 2017. A partir dessa data, os humanos passam a usar mais recursos do que a natureza é capaz de renovar, anualmente. O cálculo é feito pela ONG Carbon Footprint Network, que se baseia no conceito de pegada ecológica – o quanto de recursos é consumido pelas pessoas. O dia da sobrecarga, quando o “orçamento”, de fato, é estourado, vem sendo antecipado ano a ano. Em 1987, ano em que foi calculado pela primeira vez, caiu em 9 de dezembro. No ano passado, a data limite foi 8 de agosto.

Segundo a organização, isso significa que os seres humanos estão consumindo 1,7 Terra por ano. O crescimento da população global e do nível de vida das pessoas, em vários países, explicam, em grande parte, esse avanço consumista. As taxas, no entanto, diferem em relação a países ricos e pobres. Adotando-se o padrão alemão de consumo, por exemplo, seriam necessários mais de três planetas para dar conta da demanda. No gabarito moçambicano, por sua vez, apenas meia Terra seria suficiente. Agora, caso as metas estabelecidas no Acordo de Paris sejam implementadas, a humanidade sairia do “cheque especial” em 2050. O mundo precisa, urgentemente, de uma meta fiscal ecológica.

(Nota publicada na Edição 1030 da Revista Dinheiro)