Como criador da Rosa Chá e, posteriormente, com a marca que leva seu nome, Amir Slama construiu uma sólida reputação como estilista de moda praia, cujas peças podem facilmente ser usadas tanto no litoral quanto em ambientes mais urbanos. Agora, Slama decidiu fazer o caminho inverso e olhar para o streetstyle em busca de inspiração. O resultado é a primeira coleção cápsula da Slamb, composta por 12 itens, a maioria camisetas, com modelagem agênero. “Eu tinha vontade de criar uma coleção alternativa, de não ficar preso ao que a gente produz normalmente”, afirmou Slama. “Assim surgiu a Slamb. É como um ‘lado b’’.

A temática das estampas dessa primeira série está relacionada ao olhar, que ficou em evidência com o uso de máscaras imposto pela pandemia. E a decisão de fazer peças com um caimento mais amplo surgiu a partir da percepção de uma demanda do próprio público. De acordo com o estilista, já havia uma procura do público feminino por peças desenhadas para os homens e vice-versa. “O público já transitava entre as coleções de forma natural”, disse. As peças são vendidas em parceria com site Farfetch e também em sua loja conceito, na região dos Jardins, na cidade de São Paulo.

O modelo de coleções cápsula, com menos peças e sem periodicidade definida, também oferece uma liberdade criativa maior. Slama conta que já está trabalhando em uma nova, focada em lenços, e que já pensa em uma terceira dedicada a calças. “São coleções com começo, meio e fim. É uma questão de fazer o que temos vontade”, afirmou.

LEGADO ECOLÓGICO Além da modelagem agênero, as peças são elaboradas em tiragens limitadas, de cerca de 30 a 40 peças, a partir de aviamentos e tecidos que o estilista já tem em seu ateliê. “Há uma preocupação ecológica de usar técnicas de estamparia que não precisam de muitas lavagens nem produtos químicos”, disse Slama. “Acho que essa é a grande mudança, o legado da moda hoje: a questão de reaproveitar. Não só pela necessidade, mas pela própria demanda dos consumidores.”