Depois de ter entrado com uma representação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra os maiores bancos brasileiros por concorrência desleal, o Nubank, fintech que já recebeu mais de US$ 330 milhões de aportes, agora parte para o ataque no campo da comunicação. A empresa, fundada pelo colombiano David Vélez, o americano Edward Wible e a brasileira Cristina Junqueira, acaba de lançar uma campanha inspirada na gravação da música “Como nossos pais”, interpretada por Elis Regina, para mostrar que “o novo sempre vem”. O curioso é que a fintech, fundada em 2013, nunca havia feito uma única propaganda e conseguiu chegar a 4 milhões de clientes. “Sempre foi muito no boca a boca”, diz Cristina Junqueira, cofundadora e vice-presidente de branding do Nubank. “E também pela qualidade do produto que oferecemos.”

 

Chega de falar não

A campanha vem num momento em que o Nubank se prepara para aperfeiçoar a plataforma tecnológica e conquistar mais clientes. Até agora, a companhia negou o acesso ao cartão de crédito para milhões de interessados. “Demoramos dois anos para ter 1 milhão de clientes, dez meses para ter 2 milhões de clientes, seis meses para ter 3 milhões e quatro meses para ter 4 milhões de clientes. Falamos não para 15 milhões de pessoas e posso dizer que isso dói para gente”, diz Cristina Junqueira. Com a criação da conta de pagamento NuConta, no fim do ano passado, a fintech viu a oportunidade de ganhar tração. “Estamos muito perto de parar de falar não para as pessoas”, diz Cristina Junqueira sobre a NuConta, hoje só disponível para quem tem o cartão de crédito do banco. “A NuConta permite isso. Com esse produto vamos alcançar muito mais gente.”

(Nota publicada na Edição 1070 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Cláudio Gradilone, Gabriel Baldocchi e Márcio Kroehn)