Em 2005, o veterinário Márcio Waldman decidiu fechar a clínica que mantinha no bairro paulistano do Bom Retiro para se dedicar exclusivamente ao seu site de produtos para pets, criado seis anos antes. “As vendas online ainda não tinham decolado. Mas sempre achei que o crescimento da clínica era muito baixo comparado ao potencial do e-commerce”, afirma. Nos anos seguintes, o empreendedor comprovou o seu faro aguçado para os negócios. Hoje, os pet shops virtuais já movimentam R$ 2 bilhões no País, segundo o Instituto Pet Brasil. Com uma receita de R$ 200 milhões em 2018, a Petlove, do empreendedor, é a terceira maior empresa do mercado como um todo, atrás apenas da Cobasi e da Petz. E prepara um novo salto para brigar de vez com os cachorros grandes do setor.

A empresa acaba de receber um aporte, de valor não revelado, da Tarpon Investimentos., por meio de um fundo estruturado no modelo associativo A gestora passa a ter uma fatia de 54% no negócio. Os 46% restantes estão divididos entre os fundos Monashees e Kaszek Ventures, e Waldman, que segue como CEO. A Tiger Global, que participou de três rodadas de investimento na companhia, entre 2011 e 2017, deixa a operação. “A Petlove é líder no ambiente digital e acreditamos que com nossa parceria tem potencial para o primeiro no segmento como um todo”, diz Pedro Faria, sócio da Tarpon.

“A Petlove tem potencial para liderar
o segmento como um todo”
– Pedro Faria, sócio da Tarpon

Com a nova injeção de recursos, a Petlove planeja acelerar estratégias que já estavam em andamento na empresa. A primeira delas é transformar o portal em uma grande plataforma que, além dos produtos, irá abrigar uma ampla gama de serviços. Esse escopo inclui frentes como a conexão entre os clientes e uma rede de veterinários, ofertas de recursos tecnológicos para esses profissionais, produção de conteúdos e um programa de adoção de pets. O reforço de sua estrutura de logística também está no radar. Atualmente, a companhia conta com dois centros de distribuição em Extrema (MG) e Recife (PE). Para 2019, outra prioridade é aumentar o número de usuários ativos do programa de assinaturas, que permite ao cliente agendar entregas de produtos, em qualquer parte do Brasil, além de conceder descontos de até 10% nos produtos. A partir de todos esses movimentos, a expectativa é encerrar o ano com 290 funcionários, contra os atuais 250.

Sob esse cenário, a Petlove projeta faturar entre R$ 280 milhões e R$ 300 milhões em 2019. Waldman não enxerga a ampliação dos esforços de grandes rivais no comércio eletrônico como um empecilho para esse avanço. A Cobasi, por exemplo, prevê um investimento de R$ 20 milhões em seu canal virtual no período. “O mercado é grande e tem espaço para todos”, afirma o empreendedor. “Vai crescer quem tiver competência, talento e tecnologia.”