Orçamento

O presidente Jair Bolsonaro tirou a semana para anunciar cortes no orçamento federal em algumas das áreas mais importantes para o País — especialmente educação e programas sociais. Só do Ministério da Educação (MEC) serão retirados quase 20%, reduzindo os R$ 122 bilhões previstos para este ano para R$ 101 bilhões em 2020. Um dos ataques mais pesados ocorreu na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), cuja missão é financiar pesquisadores de pós graduação e professores da educação básica. Apenas nessa área, os recursos sofrerão um tombo de cerca de 50%: de R$ 4,2 bilhões, este ano, para R$ 2,2 bi, em 2020. Com isso, a Capes, que já tinha cortado 6,2 mil bolsas este ano, vai eliminar mais 5,6 mil, totalizando 11,8 mil bolsas a menos. Outra vítima de Bolsonaro foi o Minha Casa, Minha Vida, cujo orçamento para este ano deve ser de R$ 4,6 bilhões. Para 2020, o programa habitacional teve os investimentos reduzidos em 42%, despencando para R$ 2,7 bilhões. Assim, o Minha Casa, Minha Vida terá, sob o governo do intrépido capitão, o menor orçamento de sua história. Até agora, o programa, que foi criado em 2009, estava recebendo, em média, R$ 11 bilhões por ano. Se confirmados, os R$ 2,7 bi de Bolsonaro representarão 25% desse valor. Somando a tudo isso as constantes declarações estapafúrdias do presidente, fica fácil entender a pesquisa do Datafolha, divulgada na segunda-feira 2, que mostra o aumento dos seus índices de reprovação. Hoje, 38% dos brasileiros consideram o governo Bolsonaro “ruim ou péssimo”. No levantamento anterior, feito em julho, esse índice era de 33%. A batata do Capitão Motosserra está assando.

Miguel Nicolelis, paulista, 58 anos, um dos maiores cientistas do mundo e primeiro brasileiro a ter um artigo publicado na capa da revista Science: “Cortar bolsas de pesquisa é amputar as pernas intelectuais do País”

• Para 2020, o MEC sofrerá um corte de R$ 21 bilhões em relação ao orçamento deste ano, caindo dos atuais R$ 122 bilhões para R$ 101 bi, quase 20% a menos

• Cerca de R$ 2 bilhões serão tirados do Minha Casa Minha Vida para 2020. O orçamento do programa será reduzido de R$ 4,6 bilhões, deste ano, para R$ 2,7 bilhões

• 11 mil bolsas de pesquisas do Capes deixarão de ser financiadas pelo governo em 2020, afetando a produção científica nacional

 

Política

Enquanto isso, Centrão e oposição querem mais R$ 1,2 bilhão para fundo eleitoral

Partidos da esquerda e do Centrão (DEM, PP, PL, PRB e Solidariedade) estão fazendo de tudo para conseguir mais dinheiro para a campanha eleitoral de 2020. Liderados por Paulinho da Força (Solidariedade), os deputados já tinham tudo articulado para votar, na terça-feira 3, um projeto com mudanças na legislação, aumentando de R$ 2,5 bilhões para R$ 3,7 bi o financiamento público para as campanhas. Mas, em tempos de aperto econômico e cortes no orçamento, a repercussão na sociedade foi tão negativa que os congressistas decidiram recuar. Mas não desistiram da ideia de aumentar em R$ 1,2 bilhão suas verbas eleitorais. Agora, o plano é alterar o valor do fundo diretamente na Lei Orçamentária anual. Os deputados avaliam que, dessa maneira, o ruído na sociedade pode ser menor. Será?

 

Cultura

A mulher de R$ 1,5 bilhão

Maior estrela pop da atualidade, a americana Beyoncé Knowles completou 38 anos na quarta-feira 4, com motivos de sobra para festejar. A cantora é a artista mais rica
do mundo, com faturamento anual médio perto dos R$ 200 milhões. Apenas no ano passado, Bey – como gosta de ser chamada – embolsou R$ 340 milhões, principalmente graças ao sucesso mundial da turnê On the Run II. Seus números impressionantes não param por aí. São mais de 100 milhões de discos vendidos em sua carreira solo e mais 60 milhões dos tempos em que cantava no grupo Destiny’s Child. Além disso, ela se tornou, no ano passado, a primeira mulher do showbiz a alcançar mais de 1 bilhão de streams no Spotify. O fato é que, somando tudo o que a diva pop já faturou na carreira, sua fortuna pessoal chega a R$ 1,5 bilhão. E tudo isso antes de chegar aos 40 anos.

 

Corporativo

Petrobrás comemora recorde na produção

Na terça-feira 3, a Petrobras anunciou que fechou o mês de agosto com produção recorde de petróleo e gás. A companhia divulgou uma produção média de petróleo e gás natural de 3 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed). No pico da produção, a petroleira alcançou os 3,1 milhões de boed em um dia, o que também foi um recorde e ajudou no resultado final da produção média, que teve alta de quase 22% em relação a agosto do ano passado. Segundo a empresa, um dos destaques positivos foi o desempenho das plataformas do campo de Búzios, a cerca de 200 quilômetros da costa do Rio de Janeiro. Já em relação ao pré-sal, a Petrobras anunciou a produção de 2,2 milhões de boed, com pico diário de 2,5 milhões de barris, o que significa mais um recorde.