Santa avó! Não fosse o empurrãozinho dela e Mark Mastrov ainda seria um esforçado professor de aeróbica de uma pequena academia em São Francisco. A vovó Mastrov deu US$ 15 mil para o neto comprar parte do estabelecimento em que prestava serviços e daí em diante Mark aproveitou qualquer oportunidade de negócio que surgia a sua frente, vendendo e comprando academias. Em quatro anos, o ex-professor de aeróbica se transformou no maior empresário de Fitness do mundo. Hoje, pilota de Chicago, em parceria com o executivo David King, uma rede de 410 academias espalhadas pelos EUA, Europa e Ásia. A 24 Hour, bandeira de sua holding FHW, fatura US$ 950 milhões por ano. Nesta semana, Mark estará no Brasil fazendo uma concorrida palestra na Feira de Fitness, que acontece nos dias 17, 18 e 19 em São Paulo. É a primeira vez que um evento da International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA) faz uma edição latino-americana. O Bill Gates das academias dirá para a musculosa platéia como o mundo do entretenimento, estética e saúde pode se transformar num negócio rentável. Em resumo, vai mostrar que a atividade rende muito mais do que alguns centímetros de bíceps.

 

Mark Mastrov, apostam executivos do mercado, também tem outras intenções no Brasil, como, por exemplo, adquirir uma empresa. A primeira da fila é a Runner e os rumores em torno de um acordo com a 24 Hour aumentaram depois que um dos sócios da empresa brasileira, Otavio Marfara, saiu para montar outra academia. O simples sinal do interesse de Mastrov no País dá uma idéia do potencial do setor de Fitness. Ele é o ícone de uma indústria que vem quebrando recordes no mundo. Somente nos EUA, a atividade movimenta US$ 1, 6 bilhão anuais. ?O apelo à qualidade de vida catapultou o setor. Hoje, o Brasil é o quarto mercado em número de academias?, revela Waldyr Soares, presidente da Fitness Brasil, parceira da IHRSA na organização da Feira.

O Brasil tem mais de cinco mil academias e uma indústria que movimenta US$ 200 milhões ao ano. ?Esse número tende a aumentar em virtude das novas frentes que estão se abrindo, como as academias em hotéis e empresas?, diz Soares. Hoje, 60% dos hotéis com mais de três estrelas no Brasil já têm centro de fitness. No segmento corporativo, começam a surgir os primeiros frutos. A academia Fisilabor, por exemplo, já fechou contrato com a Coca-Cola para implantar um centro de treinamento na sede da empresa no Rio.
O presidente da Fitness Brasil pretende usar a feira para organizar a indústria. No evento, serão anunciadas a criação de uma associação nacional do setor, o nome de um representante no governo ? o deputado federal Márcio Fortes (PSDB-RJ) ? e uma política de financiamento para a aquisição de equipamentos com a bênção da Caixa Econômica Federal e do BNDES. ?A indústria, desta vez, vai entrar em forma?, aposta Soares.